São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BC prepara lançamento de bônus no Japão

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central definirá na próxima segunda-feira as condições de lançamento de novos títulos do governo brasileiro no Japão. Trata-se de conseguir dinheiro emprestado no exterior em condições mais favoráveis que as do mercado interno.
Até ontem, o BC analisava propostas de corretoras interessadas em fazer a venda dos chamados "samurai-bonds", ou "bônus-samurai", em referência ao país onde será captado o dinheiro.
Houve expectativa no mercado internacional. Uma agência internacional de notícias divulgou que US$ 300 milhões em bônus teriam sido vendidos ontem no Japão.
Será o segundo lançamento de papéis do atual governo no mercado japonês. Em junho do ano passado, foram obtidos US$ 916 milhões com a venda de títulos com prazo de dois anos e juros anuais de 6%.
Mesmo volume
A expectativa no BC é que seja conseguido um volume de dinheiro semelhante ao da primeira emissão de títulos. A diferença é que, naquela época, investidores japoneses estavam proibidos de adquirir os papéis, vendidos a bancos de outros países.
Para conseguir dinheiro no mercado interno, o governo brasileiro vende títulos com prazos entre 30 e 90 dias e juros na casa de 25% ao ano. Em 94, as taxas chegaram ao patamar de 60% anuais.
Após a crise da dívida externa nos anos 80, o governo brasileiro perdeu crédito no exterior. As vendas de títulos foram retomadas nessa década por estatais como a Petrobrás e o Banco do Brasil. O governo, propriamente dito, só retomou os empréstimos externos em junho de 95.
Na Alemanha
Além da emissão do Japão, foi feito um lançamento de papéis em julho do ano passado na Alemanha. Foram obtidos US$ 722 milhões a juros de 9% ao ano e prazo de três anos para pagamento.
O BC privilegiou a obtenção de ienes e marcos, moedas que vêm se valorizando em relação ao dólar. Com isso, o governo fica protegido em caso de aumento de sua dívida externa nessas moedas.
Segundo autorização do Senado, o governo pode captar até US$ 5 bilhões no exterior, com objetivo de abater esse valor da dívida interna.

Texto Anterior: C-Bond bate novo recorde e Bolsa sobe
Próximo Texto: Couromoda confirma tendência esportiva
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.