São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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China abre primeiro banco privado

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

O Minsheng Bank, primeiro banco privado da China desde a chegada dos comunistas ao poder em 1949, abriu ontem suas portas em Pequim.
A inauguração corresponde a mais um marco das reformas pró-capitalismo que o governo chinês implementa há 17 anos.
Cerca de 80% dos acionistas do banco são integrantes da Federação da Indústria e Comércio, que reúne o setor privado da economia chinesa. Não foi divulgado quem são os outros acionistas.
O banco, que nasceu com um capital de 1,38 bilhão de yuans (US$ 166 milhões), pretende ter como clientes o nascente setor privado chinês.
Num documento divulgado por ocasião da inauguração, o Minsheng afirma que as atuais organizações financeiras não conseguem "satisfazer as necessidades do setor não-estatal".
O Minsheng vai oferecer a seus clientes conta corrente, empréstimos de curto e longo prazo, operações de câmbio, cartas de crédito, entre outros serviços normalmente oferecidos por bancos.
A nova instituição não anunciou se terá cartão de crédito, como ocorre com outras instituições bancárias chinesas.
Atuam hoje na China nove bancos estatais, que trabalham com conta corrente, caderneta de poupança e recebem depósitos também em moedas estrangeiras, como dólar, libra esterlina, ienes ou dólar de Hong Kong.
Concorrência
O Minsheng vai concorrer ainda com os bancos estrangeiros que já operam em território chinês. São 111 agências de instituições como o Citibank ou o Banco de Tóquio.
Mas os bancos estrangeiros não contam ainda com permissão para trabalhar com depósitos em yuans, a moeda chinesa. Outra restrição: eles podem ter como clientes apenas cidadãos estrangeiros ou empresas.
Uma recepção para 900 convidados acompanhou a inauguração do Minsheng, que pretende também abrir agências fora de Pequim. Compareceram integrantes da comunidade financeira, chineses e estrangeiros, além de representantes do governo chinês.
O Partido Comunista iniciou reformas pró-capitalismo em 1978, para evitar o colapso econômico. A China, em vez de enfrentar a ameaça da falência, passou a colecionar taxas aceleradas de crescimento econômico.
No ano passado, a taxa atingiu 10,2%, contra 11,8% de 1994. O governo busca desacelerar a economia para atingir um "crescimento estável".

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