São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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Metalúrgicos de SP negociam flexibilização

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os metalúrgicos de São Paulo já estão negociando a flexibilização da jornada de trabalho para evitar demissões a partir de fevereiro.
A principal preocupação é com o setor de autopeças, que está reduzindo a produção por causa do concorrência estrangeira.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (ligado à Força Sindical), Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que já estão sendo feitos contatos com as empresas da capital.
Segundo ele, as indústrias de autopeças já estão demitindo funcionários em São Bernardo do Campo (SP).
Na cidade de São Paulo são 582 empresas de autopeças e 80 mil trabalhadores. Segundo Paulinho, as demissões devem atingir 20% da categoria neste ano. "Se não encontrarmos uma alternativa, as dispensas serão enormes", disse.
Ele disse que a idéia é flexibilizar a jornada. Nesse caso, quando houver necessidade de produzir mais, os trabalhadores trabalham mais e quando não houver demanda, trabalha-se menos, sem no entanto reduzir os salários.
A vantagem para as empresas é que em época de grande produção, elas não pagam hora-extra e na baixa produção reduz o custo de manutenção -como água e luz.
Os metalúrgicos do setor de autopeças, forjaria e fundição ganharam estabilidade no emprego até 19 de fevereiro. O TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho) concedeu estabilidade de 120 dias à categoria no dissídio em outubro.
Na época, os trabalhadores reivindicaram reajuste salarial de 16,94%, que representava a reposição das perdas e 2% de aumento real. As empresas protestaram porque só queriam dar o resíduo do IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em Real), de cerca de 12%.
Depois de encaminharem um recurso ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) contra a decisão do TRT, as empresas assinaram acordo com o sindicato de trabalhadores, aceitando pagar os 16,94%.

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