São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
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Universal tem imagem negativa para 70%

DA REDAÇÃO

A Igreja Universal possui uma imagem negativa para a maioria absoluta (70%) dos paulistanos. Essa denominação pentecostal, em geral, é associado ao charlatanismo (19%), à exploração de dinheiro (16%) e à desonestidade (11%).
Apenas 8% dos entrevistados vêem aspectos positivos na Universal, dos quais o mais citado é o de que essa religião promove o encontro com Deus (3%).
Os evangélicos pentecostais -que somam 9% da população- formam o único grupo religioso que aponta mais qualidades do que defeitos na Universal. De fato, 32% dos pentecostais associam aspectos positivos a essa igreja (11% destacam o encontro com Deus, e 4% afirmam que os membros dessa religião são bons), contra 27% que ressaltam aspectos negativos (10% criticam a exploração).
Essa avaliação relativamente favorável à Universal se altera completamente quando se passa para o grupo dos evangélicos não pentecostais (batistas, presbiterianos, metodistas), que representam 4% da população da cidade.
Mais da metade (54%) desses evangélicos adota uma atitude crítica em relação à Universal -em especial por charlatanismo e exploração-, enquanto apenas 9% destacam as supostas qualidades dessa religião (a pregação da palavra de Deus é a mais citada).
Os fiéis da Igreja Católica, objeto de constantes ataques da Universal, são ainda mais críticos: 74% mencionam os supostos vícios dessa religião, notadamente o charlatanismo (21%), a exploração do dinheiro (15%) e a corrupção (10%). Os chutes dados na imagem de Nossa Senhora da Aparecida, porém, são mencionados por apenas 1% dos fiéis.
Entre os católicos, que constituem a maioria absoluta dos paulistanos (66%), apenas 6% apontam qualidades na Universal.
Os principais adversários de Edir Macedo não são, porém, os católicos, mas sim os espíritas, que somam 6% da população.
Dentre eles, 86% atacam a Universal: 22% apontam charlatanismo, 18%, exploração de dinheiro, e 15%, corrupção. Alguns (5%) a definem como uma "palhaçada". Os espíritas não vêem qualquer ponto positivo nesse culto.
Os adeptos de outras religiões (nas quais se incluem a umbanda e candomblé, bastante criticadas pela Universal) também se opõem à igreja de Edir Macedo: 78% destacam os vícios reais ou aparentes da Universal, enquanto apenas 3% defendem essa religião.
Os ateus e os que não seguem nenhuma religião (8% da população) são um pouco menos negativos em relação à Universal. Deles, 75% vêem defeitos nesse culto, contra 5% que apontam qualidades nessa igreja de Edir Macedo.
Neutralidade
Existe ainda uma faixa significativa da população indiferente à polêmica: 8% dos paulistanos não associam a Igreja Universal nem com qualidades nem com defeitos. Esse ponto de vista é mais forte entre os evangélicos, principalmente entre os não pentecostais.
Em geral, essas pessoas afirmam que não possuem nada contra a Universal (é o que dizem 9% dos evnagélicos não pentecostais e 7% dos pentecostais) e que ela é uma igreja como outra qualquer (7% dos evangélicos não pentecostais e 2% dos pentecostais).
Uma faixa ainda maior da população (13%) afirma que não associa nenhuma idéia à igreja de Edir Macedo. Essa posição é mais frequente entre os pentecostais (21%) e evangélicos não pentecostais (17%), seguidos por católicos (13%) e pelos sem religião (12%).

LEIA MAIS
Sobre a pesquisa nas págs. 1-13 e 1-14

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