São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996 |
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Indústria pede reformas para crescimento sustentado Empresários acham que eleições mantêm a produção ANTONIO CARLOS SEIDL
A opinião é de Mario Bernardini, vice-presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas) e membro do GPPI (Grupo Permanente de Política Industrial) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A indústria paulista espera um 1º trimestre fraco. "O 1º trimestre de 1996 será, sem dúvida nenhuma, muito difícil para o setor industrial", diz Roberto Faldini, diretor-adjunto do Departamento de Economia da Fiesp. Na falta de reformas estruturais -Previdência, tributária, administrativa e fiscal-, que segundo os empresários, provocará aumento dos investimentos e da atividade econômica, as eleições municipais são vistas como a salvação da indústria. Para Carlos Eduardo Uchôa Fagundes, do Sindicato e Associação da Indústria de Lâmpadas e Aparelhos Elétricos do Estado de São Paulo, as eleições vão trazer luz ao setor. "Existe uma expectativa favorável com relação ao ano político, porque iluminação de praças, de ruas e de avenidas dá voto", diz. Segundo Uchôa Fagundes, o setor teve, em 1995, um aumento de produção, mas não de lucro. O faturamento ficou em US$ 1 bilhão, igual ao ano anterior, sendo as importações responsáveis por 20% do total. Reformas Roberto Faldini diz que a indústria quer evitar em 1996 a repetição do que aconteceu no último trimestre de 1995. A indústria registrou, nos últimos três meses do ano passado, um aumento de vendas para níveis recordes, mas com queda no faturamento. "Se não conseguirmos mexer no custo Brasil, e isso significa as reformas estruturais que o país precisa, não vamos poder mexer no câmbio, na taxa de juros e ter o crescimento sustentado que possa recuperar o nível de emprego industrial". Horacio Lafer Piva, diretor de Pesquisas da Fiesp, diz que as reformas são a melhor política de empregos para o país. Bens de capital Mario Bernardini diz que a expectativa do setor de bens de capital para o 1º trimestre é de dificuldades. Ele diz que o setor continua com dois problemas básicos, fora a retração sazonal e a redução de atividade ao longo do 2º semestre de 95: 1) Falta de financiamentos, resultante da falta de operacionalização do Finame, que é o instrumento básico de apoio financeiro ao setor; 2) Juros incompatíveis com os investimentos. "Juro alto não apóia o investimento. A recessão do segundo semestre, não foi pela elevação de juros, foi pela eliminação do crédito. Falta de dinheiro mata. Juros matam lentamente." "A política de redução lenta e gradual vai continuar inibindo os investimentos e piorando o custo Brasil, diminuindo a competitividade e matando a indústria de base devagar", afirma. "As encomendas estão em nível preocupante", afirma. Texto Anterior: "Bolha" de consumo faz a atividade industrial crescer Próximo Texto: Setores têxtil e de plásticos reclamam Índice |
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