São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
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Argentina quer privatizar 16 bancos

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

O governo argentino quer apressar as privatizações dos bancos das Províncias.
O objetivo é concluir, até o final de junho, a venda de 16 instituições financeiras, que controlam um total 200 agências.
Em conjunto, esses bancos controlam cerca de 15% do total de depósitos na Argentina. Ou seja, uma quantia aproximada de US$ 6,60 bilhões.
Para atingir esse objetivo, o ministro da Economia, Domingo Cavallo, deverá somar nos próximos meses mais US$ 200 milhões ao Fundo Fiduciário para o Desenvolvimento Provincial.
A metade desse valor provém da Corporação de Bancos suíços (CBS). O restante, da emissão de um bônus especial, em abril, que terá como garantia as ações da YPF ("Yacimientos Petrolíferos Fiscales").
Esse fundo destina recursos às Províncias que se comprometem a realizar os ajustes necessários em seus bancos para privatizá-los.
Os ajustes geralmente são: cumprimento de empréstimos com entidades privadas e o cancelamento de redescontos com instituições oficiais.
O fundo foi composto originalmente em 1995 com US$ 1,25 bilhões emprestados do BM (Banco Mundial) e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Desse total, US$ 1,03 bilhão está comprometido com entidades que foram privatizadas ou que ainda se encontram em processo de venda.
Até o momento, sete bancos provinciais passaram para o controle da iniciativa privada. Outros nove estão em processo de privatização.
Nesta semana, o Banco de Tucumán passou para o controle de um consórcio empresarial encabeçado pelo Hamilton Bank.
O mesmo caminho foi percorrido por duas instituições de Mendoza anteriormente fusionadas -Banco Previsión Social e Banco de Mendoza. Elas foram vendidas para uma entidade chilena.
Entretanto, há alguns entraves para a privatização de outras instituições, como o Banco de San Luis -que simplesmente não recebeu nenhuma oferta.
Pressões
O processo de privatização dos bancos públicos argentinos responde às pressões de organismos financeiros internacionais.
Durante sua última assembléia, no ano passado em Washington, capital norte-americana, o Banco Mundial diretamente sugeriu ao governo argentino que prosseguisse com a privatização dos bancos públicos.
Naquela época, o BM exigiu a privatização do Banco da Província de Buenos Aires, que é considerado a segunda maior instituição financeira pública da Argentina.
Agora, o Banco Mundial está interessado na desestatização do Banco da Cidade de Buenos Aires. A venda depende do processo de elaboração de um novo estatuto da capital federal.
A venda dessas duas instituições, mais os bancos de La Pampa e Neuquén, é rechaçada pelos governos que as controlam.

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