São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
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Vítima é o mercado, diz entidade

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente interino do Cade, José Matias Pereira, disse que as declarações de Gerdau são "imediatistas".
"Uma reação como essa, de denegrir o Cade, prejudica a formação de uma cultura de livre concorrência no país. A maior vítima é o próprio mercado", afirmou Pereira, que substitui o presidente titular, Ruy Coutinho, em férias.
Pereira discorda da afirmação de Gerdau de que a legislação antitruste é atrasada e que precisaria ser modernizada.
Segundo ele, os princípios adotados pelo Brasil são similares aos vigentes nos EUA, Alemanha e União Européia.
"O problema é que parte dos empresários brasileiros ainda não tem uma cultura sobre a livre concorrência. Até pouco tempo a nossa economia era estruturada em cartórios."
Pereira afirmou que o Brasil está servindo como exemplo para a legislação antitruste do Mercosul. "Se retirarem independência do Cade, isso vai se refletir de forma negativa."
Segundo ele, o setor siderúrgico ainda não está exposto à concorrência internacional -e, portanto, ainda não atua em uma economia globalizada.
"Em tese o mercado é aberto, pois qualquer um pode importar. Mas ainda existem alíquotas altas para produtos siderúrgicos e os fretes têm peso significativo', afirmou Pereira, que foi relator no processo do grupo Gerdau.
Segundo ele, esse fatores impedem a entrada de concorrentes. Assim, apenas três empresas dividiriam 80% do mercado de aços não planos.

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