São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 1996
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Aluguel aumenta e pode atrair investidor

RODRIGO AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Para que o mercado imobiliário se recupere, os empresários do setor esperam que a economia se mantenha estável e que o governo reduza as taxas de juro.
"Inflação alta é ruim para quem trabalha com prazos de produção longos, como as construtoras", diz Ricardo Yazbek, presidente do Secovi-SP (sindicato patronal de imobiliárias e construtoras).
Quanto às taxas de juro, elas tornam os financiamentos muito caros e incentivam o investidor a aplicar no mercado financeiro.
Yazbek espera que, se essas duas condições forem respeitadas, o mercado comece a se recuperar a partir de abril ou maio.
Nesse caso, um fator que pode auxiliar a volta dos investimentos é o preço do aluguel residencial.
Apesar da queda observada nos últimos meses, o aluguel voltou, em 95, a se mostrar uma aplicação de alta rentabilidade.
Hubert Gebara, presidente da Hubert Imóveis, que realiza levantamentos mensais do valor do aluguel, calcula que o aluguel mensal chegou a, em média, 1,2% a 1,3% do valor de um imóvel.
Ele considera um bom investimento quando esse número fica entre 0,8% e 0,9%.
O consultor João Freire D'Ávilla, da Amaral D'Ávilla Engenharia de Avaliações, calcula que o aluguel deve render até 15% do valor do preço de mercado em 96, o que estimularia o investimento em imóveis para locação.
Outros fatores que podem auxiliar a recuperação do mercado imobiliário em 96 são iniciativas que visam melhorar o acesso viário a algumas regiões.
Um bom exemplo é o que ocorre no Tucuruvi (zona norte). As construtoras estocaram terrenos na região, esperando a conclusão da linha norte-sul do metrô.
Em novembro último, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou que vai liberar R$ 1,2 bilhão para o governo do Estado investir no metrô de São Paulo.
Se as estações Jardim São Paulo e Parada Inglesa forem concluídas, devem ocorrer muitos lançamentos na região do Tucuruvi.
Já bairros próximos ao centro podem receber investimentos se a prefeitura aprovar uma nova legislação imobiliária para a região.
Quanto ao padrão dos novos lançamentos, o consumidor deve esperar poucas novidades em 96.
Segundo Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, da Adviser, como nos dois anos anteriores, vão prevalecer os apartamentos de três quartos e áreas entre 70 m² e 75 m² destinados à classe média.
João Freire D'Ávilla, por sua vez, acredita que os condomínios horizontais vão continuar ganhando espaço entre os imóveis de alto padrão.
(RA)

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