São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 1996
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'White Zombie é trilha do fim do mundo'

FELIPE MACHADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

White Zombie é a trilha sonora do fim do mundo. Junto com seus irmãos infernais do Nine Inch Nails e do Ministry, eles são, para mim, a versão mais metal do triunvirato apocalíptico dos anos 90.
Formado em 1985 por Rob Zombie nos vocais, J. na guitarra, Sean no baixo e Ivan dePrume na bateria, o White Zombie conseguiu consolidar seu som pesado e "groovy", depois de inúmeros lançamentos independentes que não fizeram muito sucesso. O "debut" em uma grande gravadora, "LKA Sexorcisto: Devil Music Vol. 1", em 1992, vendeu mais de um milhão de cópias nos Estados Unidos e foi disco de platina, seguido de uma turnê de dois anos e meio e mais de 350 shows pelo mundo inteiro.
Depois da saída de dePrume e a chegada do novo batera, John Tempesta (ex-Exodus, ex-Testament), a banda gravou em 95 o seu melhor álbum até hoje: "Astro Creep 2.000". Com o subtítulo refletindo bem as intenções da banda ("Canções de Amor, Destruição e Outras Desilusões Sintéticas da Cabeça Elétrica"), o álbum foi co-produzido por Terry Date (Pantera, Soundgarden) e traz o estilo "Zombie" elevado à enésima potência.
E eles estão vindo ao Brasil, para tocar na noite mais pesada do Hollywood Rock. Vão dividir o palco com bandas mais "alternativas" do que eles, como o Smashing Pumpkins e o The Cure. Mas, com certeza, serão o som mais pesado e sombrio do festival. Exatamente por essa atitude, é também a mais esperada pelos fãs de metal, que poderão ver uma banda moderna em vez de bandas chatíssimas de heavy metal que continuam a encher o saco com os mesmos clichês.
As apresentações ao vivo do White Zombie são selvagens como o som da banda, tanto que, em 1995 concorreram ao prêmio Grammy como "Melhor Performance de Hard Rock". O hit "More Human Than Human" promete levar o público ao delírio e ao "pogo" (espécie de dança que parece bem agressiva, mas é só um pouco).
Se você quiser saber mais sobre eles, o endereço na Internet é: http://www.geffen.com/planetzombie. Eu tive a oportunidade de conhecê-los em Los Angeles e posso garantir que os caras são loucos mesmo. Os quatro parecem ter saído de um grafite de história em quadrinhos futurista, e com certeza não são os mocinhos. É assim mesmo que o White Zombie se apresenta: como uma versão "Blade Runner" do movimento hippie dos anos 70. Com muito mais sexo, demônios, decadência, apocalipse e humor negro. Você vai perder?

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