São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
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Mais oito famílias vão receber indenizações

DA REPORTAGEM LOCAL

Oito militantes de organizações clandestinas de esquerda mortos no regime militar (1964-85) foram incluídos ontem na lista de 136 desaparecidos políticos cujas famílias serão indenizadas pelo governo. Em 95, o Congresso aprovou lei que autoriza a indenização.
A iniciativa foi uma decisão unânime da comissão do Ministério da Justiça que examina novos casos de vítimas da repressão política pelos governos militares.
Ao incluir os novos nomes na lista, a comissão reconheceu como falsas as versões oficiais das Forças Armadas de que eles morreram em dependências militares durante troca de tiros em tentativas de fuga ou por suicídio.
Representante dos militares na comissão, o general Oswaldo Pereira Gomes, disse que o reconhecimento de que esses ativistas foram mortos possivelmente sob tortura não macula a imagem das Forças Armadas.
Para o general, os militares envolvidos nesses crimes agiram na "clandestinidade". "Alguns companheiros podem ter cometido assassinatos de presos, mas as autoridades militares não compactuaram com isso", afirmou.
Cinco dos oito ativistas foram mortos na década de 70 em São Paulo no Doi-Codi, divisão de repressão política do Exército -Frederico Eduardo Mayr, Joaquim Alencar Seixas, Flávio Carvalho Molina, Alexandre Vanucchi Leme e Eduardo Leite.
José Carlos Mata Machado e Gildo Macedo foram mortos no Doi-Codi de Pernambuco. Ismael Silva de Jesus, no Batalhão de Caçadores de Goiás, do Exército.

Estes militantes integravam as seguintes organizações de esquerda: Movimento Revolucionário Popular, Movimento Revolucionário Tiradentes, Aliança Libertadora Nacional, Partido Comunista Brasileiro e Ação Popular Marxista-Leninista.

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