São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996
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Presos ameaçam matar devido à superlotação

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza e o Sindicato dos Policiais Civis entraram com representação na Corregedoria Geral de Justiça do Mato Grosso do Sul pedindo a interdição das celas da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos, em Campo Grande.
Segundo Gisele Fontoura, diretora do centro, os presos ameaçam fazer uma "ciranda da morte" -sortear um preso por dia para morrer- caso o problema superlotação não seja resolvido.
Há mais de um ano, 80 presos, em média, dividem quatro celas com capacidade para 16. Ontem, havia 74. Dentre os presos, alguns já foram julgados e outros esperam julgamento. "Eles não tomam banho de sol e não recebem visitas. O banheiro é dentro da cela. É preciso revezamento para dormir porque não cabem todos deitados e eles só tomam água duas vezes ao dia", disse Fontoura.
Segundo o delegado Fernando Martins, um banheiro foi transformado em cela para ampliar o número de vagas. Quatro homens dividem o espaço, de 4 m².

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