São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996
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Governo pede medidas a bancos

KENNEDY ALENCAR
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, vai elaborar um plano de prevenção de assaltos a banco para pressionar as instituições financeiras a investir em medidas que diminuam esse tipo de crime.
Silva acredita que os bancos investem o mínimo possível em segurança própria porque, num cálculo custo-benefício, o dinheiro gasto para equipar todas as agências seria maior do que o normalmente roubado.
Foram roubados, no ano passado, no Estado de São Paulo R$ 41,5 milhões, de agências, postos de atendimento e carros-fortes. O lucro líquido dos bancos anualmente é da ordem de R$ 2 bilhões.
Segundo dados do Banco Central, o Estado tinha em setembro do ano passado 5.595 agências e 3.401 postos bancários.
Portanto, em média, foram roubados em 95 R$ 4.655 por agência ou posto bancário.
Excluindo do cálculo os carros-fortes roubados, sobre os quais o BC não tem estatística, a média de dinheiro tomado por agência ou posto é menor ainda.
"Hoje é mais fácil roubar um banco do que uma residência", afirmou o secretário. Ele disse que os bancos cumprem a lei minimamente e que isso não é suficiente.
O secretário vai se reunir com a direção do Depatri (Departamento de Investigação sobre Crimes Patrimoniais) para formular um plano e apresentá-lo à Febraban (Federação Brasileira das Associações de Banco). A idéia é obter um compromisso, mostrando que a polícia está fazendo a sua parte.
A assessoria de imprensa da Febraban declarou que os bancos cumprem a lei, investindo o possível na sua segurança e na de seus clientes. A assessoria disse também que o diretor de Segurança Bancária Atílio Pasini Filho não poderia atender a Folha.

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