São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996
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Eletroeletrônicos superam expectativa

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Janeiro começou bem para a indústria eletroeletrônica. Para surpresa de alguns fabricantes, a reposição do comércio começou na primeira quinzena. Tradicionalmente ela é feita no final do mês.
Multibras (Brastemp, Consul e Semer), Refripar (Prosdócimo), Mallory, Walita, Gradiente, Sharp, Philco e Semp Toshiba informam que as vendas estão no mínimo iguais e até 10% maiores do que em igual período de 1995.
É um ótimo desempenho para o setor, dizem os executivos destas empresas, especialmente porque em janeiro do ano passado ainda se verificava euforia de consumo provocada pelo Plano Real.
Antonio Carlos Romanoski, diretor-presidente da Refripar, controlada pela sueca Electrolux, diz que as compras do comércio neste mês estão 5% maiores do que em igual período do ano passado.
Freddy Mastrocinque, diretor-superintendente da Multibras, atribui o desempenho aos preços dos eletroeletrônicos, que sobem menos do que a inflação, e ao crediário com prazos longos.
Ele prevê que as vendas da Multibras, que cresceram entre 28% e 29% em 95, devem aumentar mais 5% ao longo deste ano.
A General Electric, que importa e distribui uma linha de eletrodomésticos mais sofisticada, também está animada com as perspectivas. "Estamos indo muito bem e temos planos de crescer muito mais no país", afirma Nahid Chicani, vice-presidente. "Em cinco meses vendemos US$ 5 milhões. A meta é crescer muito mais neste ano."
A expansão leva em conta sua provável instalação na América do Sul e a expectativa da redução da alíquota de importação de eletrodomésticos para 20%. Para as geladeiras, a alíquota é de 62% e para lavadoras de roupas, de 40%.
A Mallory, fabricante de eletrodomésticos portáteis, diz que as chuvas atrapalharam as vendas ventiladores, mas o restante da linha de produtos -ferros de passar, espremedores de frutas, liquidificadores etc- está superando as expectativas de vendas.
"O consumidor se acostumou com o real e as promoções, que já existiam antes do Natal, continuam em janeiro. Por isso as vendas vão bem", afirma Giovanni M. Cardoso, gerente comercial.
Na sua análise, o primeiro trimestre de 1996 será, no entanto, 5% mais fraco do que o do ano passado que já havia crescido 10% sobre o de 1994. "Se os juros caírem o quadro se inverte."
Na Walita, as encomendas das lojas neste início do mês estão ligeiramente maiores do que as de igual período do ano passado. A empresa espera para este ano vender 5% mais (em volume) do que em 1995. No ano passado vendeu 8% mais do que em 1994.
Afonso A. Hennel, vice-presidente da Semp Toshiba, diz que as vendas estão melhores neste início do ano do que em janeiro de 1995 porque as lojas venderam bem em dezembro e porque mudou a prática comercial das empresas.
"O varejo quer ter pouco estoque e prefere repor aos poucos, comprar mais vezes no mês. Como o consumidor está confiante ele sustenta o ritmo de vendas."
A Philco espera venda igual ou até 10% maior do que a de janeiro de 1995. A Sharp espera empate de vendas, no período, o que considera um excelente resultado já que as vendas em janeiro de 1995 foram 20% maiores do que em igual período de 1994.
Victor Leal Jr., diretor da Gradiente, diz que o comércio vê para este mês vendas 10% maiores. "Nós também devemos crescer, mas um pouco menos." Segundo ele, a Gradiente prevê para este ano faturamento entre 5% e 10% maior do que o de 95, quando faturou 30% mais do que em 94.

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