São Paulo, terça-feira, 23 de janeiro de 1996 |
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Privilégios universitários A frequência com que se constata o uso irregular das verbas públicas no Brasil tornou acintosa a relação dos governos -municipal, estadual e federal- para com os contribuintes. O desvio constatado nas universidades federais da ordem de R$ 500 milhões, segundo reportagem desta Folha, mostra que essa prática não está restrita à administração direta, mas disseminada pelos mais diferentes órgãos. Verificou-se no emprego de gratificações indevidas como adicional noturno para aposentados. Entre os procedimentos inaceitáveis, a Universidade Federal de São Paulo parece ter-se distinguido ao conceder aos funcionários que compareceram ao trabalho um aumento por adicional de "assiduidade", recompensa absolutamente desconhecida de todos os trabalhadores. A ação dos ministérios da Educação e Administração, determinando aos reitores que suspendessem os pagamentos indevidos, foi positiva. Mas é preciso exigir mais. Nos casos em que os privilégios são proibidos pela lei, o desvio configura crime. É assim urgente que os responsáveis sejam punidos. O caso das universidades, como inúmeros outros, é um alerta para o governo e para a sociedade de que a concessão de privilégios é uma tentação que se deve enfrentar com urgência e máximo rigor. Texto Anterior: Desafios para o leitor Próximo Texto: Cheque ou cartão? Índice |
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