São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996
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FHC apela a deputados para aprovar imposto da saúde

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso usou ontem o programa de rádio "Palavra do Presidente" para fazer um apelo aos parlamentares pela aprovação da CMF (Contribuição sobre Movimentação Financeira), a nova versão do imposto do cheque proposta para financiar a saúde.
"Quero fazer aqui um apelo aos nossos parlamentares para que aprovem o chamado imposto da saúde." Segundo FHC, a recuperação do setor "não é uma tarefa só do ministro da Saúde ou minha, como presidente da República".
Apoio incerto
A emenda constitucional que cria a CMF foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, mas não tem apoio garantido da base parlamentar do governo para a votação na próxima etapa, a comissão especial.
Antes do apelo, FHC fez uma avaliação da rede pública e citou ações na área de medicina preventiva para mostrar empenho do governo em melhorar a saúde.
FHC disse que a "situação grave" da rede pública deve-se a "uma política errada de saúde que foi mantida durante décadas" e reafirmou a meta de ampliar o número de agentes comunitários da saúde para 50 mil.
Hoje, o número de agentes comunitários é de 40 mil.
"Todos nós estamos cansados de ouvir e de ver notícias de brasileiros que passam horas nas filas dos hospitais, à espera de um atendimento, e de outros que morrem nos corredores por falta de atendimento", afirmou.
O presidente abriu o programa à participação do ministro da Saúde, Adib Jatene. O ministro não citou diretamente o imposto durante o programa.
No Congresso, o PFL e o PMDB devem dividir a responsabilidade na análise da CMF na comissão especial que será formada na Câmara dos Deputados.
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), reafirmou ontem que, apesar de sua bancada ser contra o novo imposto, vai insistir para ficar com a presidência da comissão.
"A presidência é um árbitro. Podemos nos posicionar bem nessa função", disse.
A relatoria pode ser ocupada por um peemedebista. O líder do partido na Câmara, Michel Temer (SP), afirmou à Folha não ter objeções quanto a escolha do PFL. "A relatoria da comissão nos iria bem", disse.

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