São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996 |
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Paiva quer R$ 1,3 bi contra desemprego
ANTÔNIO CARLOS SEIDL; CRISTIANE PERINI LUCCHESI
O anúncio foi feito após reunião com a CUT, Força Sindical e CGT (Confederação), em São Paulo. As centrais, que fizeram o pedido ao ministro, acreditam que cerca de R$ 1 bilhão pode ser liberado imediatamente para o financiamento de programas geradores de emprego das micro e pequenas empresas, cooperativas e associações de trabalhadores. Canindé Pegado, presidente da CGT e representante da central no Codefat (conselho que administra o FAT), disse que já estão liberados R$ 300 milhões para programas de formação profissional. "Os técnicos do ministério e das centrais se reúnem a semana que vem para definir os recursos possíveis", disse o ministro, sem querer confirmar os números. O representante da CUT na reunião, Heiguiberto Guiba Navarro, propôs que os recursos fossem emprestados às micro e pequenas empresas a juros de 4% ao mês. Paiva disse que o governo "vai estudar a possibilidade de participação dos trabalhadores no conselho de administração do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)." Segundo Guiba disse ao ministro, há casos, como uma empresa do ABCD, de utilização de recursos do FAT alocados no BNDES para pagar as verbas rescisórias na demissão de trabalhadores. O presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, e Guiba reclamaram que o governo está sem proposta concreta para conter o desemprego. "Eles querem fazer um entendimento contra o desemprego mas não propõem nada." Protesto adiado Apesar da crítica ao governo, Guiba disse que a CUT adiou por tempo indeterminado o acampamento de desempregados previsto para acontecer no dia 30 em Brasília em protesto contra o desemprego. "Os sindicatos da CUT é que pediram, pois o protesto não estava bem preparado", disse Guiba. Depois, afirmou: "A Força Sindical preferiu outras formas de protesto e vamos tentar definir algo conjunto com eles". Fiesp Pela manhã, o ministro foi na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo buscar entendimento com os empresários. "Seria muito fácil baixar a taxa de juros para que todos estivessem empregados amanhã, mas isso não é possível porque não podemos permitir que este país volte a ter taxas de inflação insuportáveis como no passado", afirmou Paiva. Os empresários consideram que os juros são os principais responsáveis pelo desemprego. O presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, disse que apresentou propostas sobre o que o Sesi e o Senai, órgãos do sistema Fiesp, podem fazer para a requalificação dos trabalhadores. O presidente da Fiesp pediu a ampliação do repasse de recursos do FAT para o Senai. Moreira Ferreira disse que não aceita a desoneração da folha de pagamentos com a retirada das contribuições que sustentam entidades como Sesi, Senai, Sesc, Senac e congêneres. "Ainda não apareceu uma outra fonte melhor para sustento dessas entidades." Às 18h, o ministro se encontrou com representantes do Pensamento Nacional das Bases Empresariais. Texto Anterior: Título da dívida bate recorde; Bolsa sobe Próximo Texto: Indústria de máquinas elimina 22.570 vagas Índice |
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