São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996
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Indústria de máquinas elimina 22.570 vagas

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria de máquinas e equipamentos fechou 1995 com 202,4 mil empregados, número mais baixo desde 1980.
"É extremamente desagradável demitir. Isso também tem um custo alto para as empresas, que têm que treinar os funcionários", diz Sérgio Magalhães, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Bens de Capital).
Para ele, o ministro do Trabalho, Paulo Paiva, está "equivocado" ao querer dificultar as demissões sem justa causa para garantir o nível de emprego no país.
"Na Europa, onde o encargo social é pesado e há dificuldade para demitir, o desemprego é alto", afirma.
Nos Estados Unidos, continua ele, onde não há empecilho para as demissões, o emprego é alto.
"O governo tem que facilitar a demissão em época de crise", afirma Magalhães.
O presidente da Abimaq lembra que em 1980 o setor chegou a empregar no Brasil 341,4 mil pessoas e em 1986, 370,6 mil -o pico do setor.
Ele não vê possibilidade de grandes contratações, a não ser que o governo tome ações para que a indústria de máquinas volte a operar a pleno vapor. Em dezembro, o setor ocupou 63,7% da capacidade.
Para Magalhães, a reforma tributária precisa ser implementada com urgência. "Os impostos participam com 30% do custo de uma máquina", afirma.
Segundo ele, empresários do setor têm encontro marcado para 1º de fevereiro com representantes da CNI (Confederação Nacional da Indústria) com o objetivo de estudar formas de pressionar o governo para "que cumpra a sua parte".
"Com essas altas taxas de juro, por exemplo, fica difícil vender, produzir e gerar mais emprego."
(FF)

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