São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Título da dívida bate recorde; Bolsa sobe
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
A alta do título brasileiro, que acumula valorização de 13,78% no ano, é o resultado da classificação de risco (para menos) feita, anteontem, pela Moody's. A empresa norte-americana reavaliou os papéis de uma série de países emergentes, como Brasil, Argentina, México e Polônia. Para a Moody's, Brasil ou Argentina representam o mesmo risco (de perda ou prejuízo) para o investidor estrangeiro (B'). Ambos os países são considerados, porém, mais arriscados que México, Venezuela e Uruguai. Além da classificação, outra boa notícia alegrou a Bolsa paulista, que fechou em alta de 1,86%. Dois importantes gestores de fundos, Morgan Stanley e CF First Boston, anunciaram o aumento do peso de papéis brasileiros em suas carteiras de investimento. Por conta disso, o volume negociado na Bolsa cresceu 17,58% em relação ao dia anterior e muitas ações de segunda linha (que reúne as principais empresas privadas) fecharam com altas expressivas. Se os estrangeiros estão vendo o Brasil melhor, o BC (Banco Central) agradece. E sobe o dólar. Ontem, pela segunda vez no ano, o BC alterou a faixa de flutuação da moeda norte-americana (que atende nas mesas de operação pelo nome de "minibanda") em 0,21%. No mês, a alteração da 'minibanda' soma 0,41%. Agora, o dólar pode flutuar entre o "piso" de R$ 0,976 e o "teto" de R$ 0,981. Um caminhão de dólares continua entrando no país, que continua pagando o juro mais quente dos trópicos e do planeta. Até segunda, os ingressos superaram as saídas no comercial em US$ 2,029 bilhões. Ontem, até as 18h30, segundo os bancos, mais US$ 318 milhões tinham aportado. O ingresso maciço de dólares é, certamente, uma das razões para a liquidez excessiva que continua, apesar do BC, empurrando as taxas de juros do over para baixo. O BC vendeu ontem BBCs à taxa-over de 3,583%. O efeito da venda menos o resgate previsto para hoje é de um "enxugamento" de R$ 1,3 bilhão. Pelo jeito não é o suficiente. Texto Anterior: O que fazer com o BB Próximo Texto: Paiva quer R$ 1,3 bi contra desemprego Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |