São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996
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Visconti filma a pura beleza

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Se há no cinema o pecado da soberba, esse se exemplifica no desejo de filmar o impossível. Um pouco a maneira de Luchino Visconti e seu "Morte em Veneza" (HBO, 16h15).
Adaptação do trabalho do escritor alemão Thomas Mann, o filme não conta exatamente uma história, mas uma situação.
Em uma Veneza idílica e solar, um amargurado artista reflete sobre uma vida de criação e os ideais de beleza e perfeição. Algo que resulta em uma atração- talvez puramente estética- por um garoto adolescente.
Visconti tenta trabalhar no perigoso terreno das idéias e dos conceitos, filmando um ser que reflete sobre a arte ao mesmo tempo que estetiza cada quadro ou movimento.
Assim, seus personagens não se parecem com homens, mas são apenas a mais pura representação, nesse que talvez seja um dos mais platônicos filmes realizados desde o início do cinema.
(MR)

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