São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996
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Comédia quer descobrir a coisa certa

NÁDIA GONZAGA
DA REDAÇÃO

Peça: A Coisa Certa
Texto e direção: Júlio Conte
Elenco: Zé Victor Castiel, Daniela Schimitz, Oscar Simch e Patsy Cecato
Quando: hoje às 20h30 (qui. e sex. às 20h30, sáb. e dom. em duas sessões, às 17h e 20h30). Até dom., 28
Onde: Teatro Popular do Sesi (av. Paulista, 1.313, tel. 287-9787)
Quanto: grátis (retirar ingressos com uma hora de antecedência no local)

"A Coisa Certa", comédia dirigida pelo gaúcho Júlio Conte, é encenada hoje, às 20h30, no teatro Popular do Sesi.
A história, que trata de temas como o relacionamento entre um cinquentão e uma jovem de 18 anos, é o penúltimo espetáculo da Mostra Sesi de Artes Cênicas.
O cenário da peça é único, uma sala de terapia familiar, onde o público assume o papel de "analista", pois os atores se dirigem aos espectadores ao fazerem suas confissões.
Júlio Conte chama a peça de "comédia dramática". "Quem for assistir ao espetáculo vai rir muito, mas também vai se emocionar. A comédia dobra sobre si mesma e se transforma em drama", explica.
Para atingir o riso, Conte fala que se utiliza de recursos característicos da comédia, como o tom satírico e exagerado dado aos quatro personagens que compõem a trama.
Tereza (Daniela Schimitz) tem 18 anos e namora o cinquentão e publicitário João Marques (Oscar Simch).
Gisela (Patsy Cecato), ex-mulher de João Marques, inconformada com a separação, aproxima-se do pai de Tereza, Antero de Quental -que desaprova o namoro da filha. Pronto, está formado o quadrado amoroso.
A comédia começa quando cada um faz o relato do seu próprio relacionamento. "É um jogo de narrativas, de inversões, pois cada um deles tem uma versão diferente da história", diz.
Segundo o diretor, Gisela e João Marques (Zé Victor Castiel) têm uma proposta perversa de obter prazer a todo custo, tirando proveito da ingenuidade de Antero e de Tereza.
A peça trata de amor e da ética nos anos 90. Para o diretor, o que antes era considerado clichê não é mais, como o relacionamento entre pessoas com significativa diferença de idade.
Em meio a mentiras e enganos, no final, todos descobrem que têm um mesmo sonho: fazer a coisa certa. "Afinal, o que é a coisa certa? É esta a incógnita do espetáculo", diz.
Júlio Conte, 40, é psicanalista, tem nove textos encenados e três inéditos. É o autor e diretor de "Bailei na Curva", peça que virou livro e que, desde sua estréia em 1983, teve cerca de 20 montagens.

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