São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996
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Empresas nacionais reclamam

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Fernando Bezerra (PMDB-RN), presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), foi duramente criticado ontem por representantes das indústrias nacionais farmacêuticas e de química-fina, pela posição que adotou como relator do projeto da "Lei de Patentes".
"É lamentável que o presidente da CNI diga representar a indústria nacional. O que ele defende é o setor da indústria estrangeira filiado à CNI. Nós não nos consideramos representados por ele", afirmou o representante da Alanac (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais) na votação, Dante Alários Júnior.
Segundo Júnior e o vice-presidente da Abifina (Associação Brasileira de Química Fina), João Alexandre Viegas, a adoção do "pipeline" pelo país vai trazer prejuízos financeiros e provocar o fechamento de indústrias.
"A retroatividade na concessão de patente jogará no lixo todo o investimento feito pelas indústrias nos últimos anos. O próprio governo federal investe milhões de dólares por ano nesta área", afirmou.
O vice-presidente da Federação Nacional de Química Fina, Nelson Brasil, aproximou-se de Bezerra, ao final da reunião da CAE e avisou: "Várias federações de indústrias nacionais são contra a retroatividade".
"Temos posição contrária ao 'pipeline'". Em todos os países teve um período de carência para que a indústria se adptasse", afirmou o presidente da Alanac, Fernando de Castro Marques.
Bezerra não escondeu o constrangimento e disse que preferia conversar em seu gabinete. Ele afirmou na CAE que havia sido relator como senador e não como presidente da CNI, mas negou que a indústria nacional terá prejuízos.
(RU)

Colaborou a Reportagem Local

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