São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996 |
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Fórum não deve alterar acordo da reforma
DENISE MADUEÑO
Dirigentes da Força Sindical e o próprio relator da reforma acham que o governo só aceitou a convocação da reunião entre as centrais, lideranças partidárias e representantes do próprio governo por considerá-la o caminho que restou para manter o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, nas negociações. O relator da emenda da Previdência, Euler Ribeiro (PMDB-AM), afirmou que a reunião será uma satisfação aos partidos que se sentiram excluídos da negociação entre o Palácio do Planalto e os sindicalistas. "Será só uma formalidade política. Não vai alterar nada", afirmou Ribeiro. Na avaliação do governo, feita ontem em reunião dos líderes com o presidente interino, Marco Maciel, Vicentinho estaria hesitante em relação às negociações. No fórum, a Força Sindical, dirigida por Luiz Antônio de Medeiros, vai defender a manutenção integral do acordo fechado na semana passada (leia texto abaixo). "O governo já cedeu, já aplicou o debate ao limite. Depois do fórum não haverá mais razão para deixar de votar. Vamos votar o que tem acordo e o que não tiver fica para depois. Os trabalhos não serão interrompidos", disse o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE). O início do processo de votação na comissão especial está marcado para a próxima terça-feira. Ontem, Inocêncio telefonou para Medeiros, para convencê-lo a participar do fórum. "Ele tem de dar o exemplo", disse. Na opinião de Euler Ribeiro, os partidos de oposição estão pressionando Vicentinho por causa do acordo firmado em alguns pontos da reforma. "Estão querendo que ele (Vicentinho) mele o acordo", disse. O relator descartou modificar em seu substitutivo (projeto que alterou a emenda original do governo) os pontos defendidos pelo cutista (leia texto abaixo). O presidente da CUT vai levar para a reunião três itens para ampliar o acordo: acabar com o limite de idade para a aposentadoria dos servidores públicos, manter a aposentadoria proporcional e a aposentadoria especial para professores universitários. O líder do PT na Câmara, Jaques Wagner (BA), afirmou que vai para reunião disposto a encontrar uma saída negociada para a reforma. "Imagino que haverá seriedade, que querem negociar de verdade", disse. O presidente da Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), vai coordenar os trabalhos do fórum, com início previsto para as 15h, no gabinete da presidência da Casa. Texto Anterior: Empresas nacionais reclamam Próximo Texto: Força se opõe a alterações Índice |
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