São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996
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A segunda vida de Edmundo e Amoroso

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, hoje, em clima de jogo amigável, sábado, em uma partida oficial, Edmundo dá o pontapé para a sua segunda vida no futebol.
Não espero ver um Edmundo santo, como parece ser o desejo de muita gente.
Não combina com a sua personalidade (sempre desconfio, como já disse aqui, dos juízos morais e, principalmente, dos moralistas que os proferem. E se tem um lugar onde o falso moralismo encontra sua casa, comida e roupa lavada é no chamado jornalismo esportivo).
Um Edmundo acuado, na defensiva, não será o grande jogador Edmundo. Suas características são agressivas, ousadas, atrevidas. É isso o que se deve esperar dele, dentro do campo, como jogador de futebol profissional.
Repare bem, não estou também pedindo para o Edmundo edmundear demais. A Justiça está encarregada de julgá-lo na sua vida civil. Jogando bola, ele é um enviado do Olimpo.
Por tudo que é, por tudo que passou, Edmundo desperta ódios e paixões. Tem todos os componentes do mito, do herói que passa por muitas provações.
Tem, por isso mesmo, todos os requisitos para ser um dos maiores ídolos do Corinthians de todos os tempos.
Só precisa jogar aquela bola audaz e petulante do Edmundo de sempre.
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Aliás, excelente o anúncio criado pelo Celso Loducca para a transmissão de hoje: "Fiel que é fiel vê o Edmundo na Record". O bispo não pode se queixar.
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Fico de olho em Campinas esperando também uma segunda vida para o nosso futebol. A segunda vida do Amoroso.
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Candinho no Santos é ótima pedida. Se todos os contratos forem renovados, o time permanece praticamente o mesmo que fez um excelente Campeonato Brasileiro.
O Corinthians, entre os altos e baixos obtidos por ele, opta corretamente pela manutenção do Eduardo Amorim.
Telê Santana e Wanderley Luxemburgo dispensam comentários. O grandes paulistas estão muitíssimo bem servidos de liderança técnica.
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O Palmeiras está com um timaço. O Corinthians também. O último enfrenta aquele velho problema de quem tem títulos no futebol brasileiro: disputará um montão de torneios ao mesmo tempo.
No Brasil, quem ganha campeonato não é premiado, é punido.
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Espero que a violência continue longe dos estádios. E que haja estádios.
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O regulamento do Paulista diz que "quando houver coincidência de uniforme, a equipe visitante será obrigada a trocar o uniforme completo, inclusive meias e calções". Note bem: meias e calções.
Vamos ficar de olho para ser se os árbitros respeitarão esse direito do consumidor de futebol. Olho de lince no lance.
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Comendo quietinho, quietinho, dois mineirinhos chegam à final da copinha da teenbolada aqui de São Paulo. Minas continua trabalhando em silêncio, uai!

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