São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996 |
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Citarista mostra ragas e música impressionista
WILLIAM LI
"O Céu Estrelado Sobre o Ganges" é um tema com variações. O exotismo da voz suave e doce e a discrição do acompanhamento da cítara que fornecem o tema é inebriante. Após a variação de cítara solo, segue-se uma série com cítara e tabla. A segunda música ("Nas Águas Cristalinas do Rio Saravasti"), totalmente improvisada, parece aos ouvidos ocidentais incoerente, aleatória e sem lógica, e ficamos no ar sem saber como e porque começou e acabou. Pode ser que estejamos exigindo demais, com nossos ouvidos educados com a precisão matemática e a polifonia da música européia. Muito melhor resultado é obtido com a delicada e sensível transcrição da "Gymnopédie nº 1" de Erik Satie, sem dúvida a melhor faixa do disco, e que só por ela vale a pena ser comprado. "Raga para Debussy" só tem de Debussy os harpejos da harpa, enquanto que a transcrição do famoso "La Fille aux Cheveux de Lin" é outra que não tem nada a ver com o original de Debussy. Enfim, excetuando-se o Satie que, repito, está belíssimo, este CD destaca-se apenas pelo exotismo e pela busca de sonoridades exóticas. Não é recomendado para quem tem os ouvidos educados pela polifonia de Bach ou a transparência de Mozart. Texto Anterior: Mulher de Oswald participa Próximo Texto: The Cure diversifica seu estilo em disco novo Índice |
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