São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 1996 |
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Governo de SP afirma que cumpriu acordo
DA REPORTAGEM LOCAL O secretário-adjunto da Justiça do Estado de São Paulo, Edson Vismona, acusou ontem o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de levar famílias paranaenses ao Pontal do Paranapanema com o objetivo de "incrementar invasões".O secretário afirmou dispor de informações, colhidas nas fazendas invadidas, confirmando a presença de famílias do Paraná não incluídas no programa de assentamento acertado entre o governo estadual e o MST em setembro do ano passado. "Só assentaremos as famílias cadastradas pelo Itesp" (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), disse Vismona. Segundo ele, "não tem cabimento" a acusação da líder dos sem-terra Diolinda Alves de Souza de que o governo não cumpriu o prometido. Pelo acordo, seriam assentadas 1.050 famílias até 31 de dezembro de 1995, outras 500 até março deste ano, e mais 500 até junho. Segundo o governo, foram assentadas 1.150 até o final de 1995. "Se não cumprimos, o MST deve dizer como", afirmou o secretário-adjunto. Vismona diz que o MST está usando "táticas diversionistas" (manobras para desviar a atenção), "buscando e criando um fato que não existe". O secretário-adjunto afirmou que o MST sabia, desde o início, que os assentamentos seriam provisórios. "Nunca dissemos que seriam definitivos porque isso não depende de nós, e sim do Judiciário. O MST sabia, e não se opôs". Segundo Vismona, depois da primeira etapa dos assentamentos, o MST "mudou de estratégia" e passou a dizer que os assentamentos teriam de ser definitivos, rompendo o diálogo com o governo. "Vamos continuar assentando, como prometemos, porque a reforma agrária é uma questão do governo, e não um monopólio do MST. Nós os convidamos a retomar o diálogo com sugestões." Texto Anterior: Prisões desarticulam invasões no Pontal Próximo Texto: Advogados pedem habeas corpus na segunda Índice |
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