São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 1996
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Entidades de médicos querem plano cancelado

DA REPORTAGEM LOCAL

O Sindicato dos Médicos estuda entrar com uma representação junto ao Tribunal de Justiça caso o PAS continue funcionando.
"Vamos tomar todas as medidas cabíveis para que a lei seja cumprida"', afirmou José Erivalder Guimarães, diretor do sindicato e presidente da Federação Nacional dos Médicos.
As principais entidades médicas consideram que a prefeitura deve cancelar todos os atos decorrentes da lei que criou o PAS.
Para eles, os antigos funcionários da região devem ser chamados de volta, e o dinheiro repassado à cooperativa, devolvido.
Segundo o sindicato, um antigo médico do hospital de Pirituba já conseguiu, há cerca de 15 dias, liminar suspendendo a sua transferência. O sindicato não forneceu o nome do médico, mas informou que ele volta das férias nos próximos dias e deve retornar ao trabalho no hospital.
Para Guimarães, a atitude da prefeitura, mantendo o programa em Pirituba e a implantação no centro, é autoritária. "É um problema sério, é um desrespeito a uma decisão judicial", disse.
Para o presidente do CRM (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), Pedro Henrique Silveira, a liminar tem efeito retroativo. "Eles vão ter que interromper o programa e devolver tudo o que já foi gasto", disse.
Silveira rebateu ainda as críticas do secretário da Saúde, Roberto Paulo Richter, que o chamou de dorminhoco e disse não reconhecer a legitimidade do órgão que dirige. Para o secretário, a oposição ao plano da prefeitura é política.
"Eu fui eleito por 80 mil médicos, não tenho passado biônico. Se ele não reconhece eleições, pode anular também a Constituição e ditar as suas próprias leis, como vem fazendo", disse Silveira.

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