São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 1996
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Balança terá equilíbrio, afirma Gustavo Franco

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Não haverá um salto nas importações brasileiras neste ano. O comércio externo será equilibrado, sem crises. Em janeiro já será assim, sendo provável um pequeno superávit.
A previsão é do diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, também presente ao café da manhã no Banco Central.
Franco desmentiu com veemência previsões que circularam no mercado financeiro, segundo as quais a balança poderia apresentar um megadéficit em janeiro, em torno de US$ 500 milhões.
O diretor do BC não mediu palavras para desqualificar essa conta. Seu autor deve ter sido "algum engraçadinho". E quem acreditou, um "trouxa".
No último dia 23, as exportações já haviam chegado a US$ 2,6 bilhões. Considerando as médias diárias, as projeções para todo o mês de janeiro ficam entre US$ 3,58 bilhões e US$ 3,68 bilhões.
A conta sobre as importações é menos precisa, porque apenas parte pequena dos dados está informatizada.
Em dezembro, o país importou US$ 3,9 bilhões, um número alto, segundo Franco, porque houve uma antecipação na compra de máquinas e equipamentos.
Além disso, sempre há uma queda nas importações de janeiro.
Assim, o diretor do BC calcula que ficarão, neste mês, entre US$ 3 bilhões e US$ 3,5 bilhões, sempre abaixo das projeções para as exportações.
No geral, o diretor do Banco Central entende que o comércio externo brasileiro não apresentará mais as dramáticas variações de 1994 e 95.
"Não se deve esperar mais um pulo nas importações", comentou. "Uma agressiva abertura da economia, como foi a nossa", disse ainda, "sempre provoca traumas, mas os nossos já passaram".
Daqui para a frente, vão ocorrer movimentos setoriais. Por exemplo, as compras de eletroeletrônicos poderão aumentar a partir de abril, quando está prevista a redução nos impostos de importação.
Mas poderá haver também queda em outros itens, no caso de o governo proteger algum setor restringindo importações.
"Não haverá mais impactos no conjunto da balança comercial", afirma Franco. Para ele, supondo um comércio externo equilibrado, a tendência é de ocorrer pequenos superávits o ano todo, menos nos três últimos meses, quando deve haver déficit.
(CAS)

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