São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 1996
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Governo quer incentivar poupança

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, disse ontem que está estudando mudanças na forma de cálculo da TR (Taxa Referencial de juros), de modo a melhorar o rendimento da caderneta de poupança.
Durante café da manhã com jornalistas, na sede do BC em São Paulo, Loyola comentou que a fórmula atual era adequada para um momento em que as taxas de juros estavam bem mais altas.
Com a queda dos juros, tendência a ser mantida neste ano, a fórmula reduz demasiadamente o rendimento da poupança e por isso deve ser mudada. Se a poupança render mais, contratos atrelados à TR, incluindo os da casa própria, também vão encarecer.
O presidente do BC considerou "interessante" a proposta de mudança feita pela Abecip, entidade que representa bancos que operam com poupança (veja texto ao lado).
Já as regras de consórcio não serão alteradas. Loyola aproveitou as perguntas sobre esse assunto para mandar um recado às montadoras.
Disse que o BC estava examinando a possibilidade de autorizar o lance nos consórcios de automóveis. Mas aí, no início do ano, as montadoras elevaram os preços.
"Isso nos deixou muito preocupados", contou Loyola. Se os preços estavam subindo, explicou, era sinal de que as vendas iam bem, a demanda estava forte. E, nesse caso, não convinha estimular ainda mais o consumo com a liberação dos lances.
Para o conjunto da economia, entretanto, Loyola entende que o consumo não atingirá os níveis altíssimos do ano passado. As circunstâncias hoje são diferentes, pois a capacidade de endividamento das empresas e das pessoas é menor e os estoques são maiores.
Assim, o BC mantém sua política de redução de juros e dos compulsórios. Mas Loyola não se compromete com números e datas. Diz que a velocidade e intensidade da redução dependerão sempre das circunstâncias de momento.

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