São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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Missão é chance de treinamento

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Participar de missões de forças de paz das Nações Unidas tem sido considerado por muitos países como uma maneira de treinar seus militares de um modo realista.
Teoricamente, os "capacetes azuis" da ONU não são ameaçados pelos beligerantes, mas têm de conviver com dificuldades parecidas com as de uma operação de guerra.
A atual missão brasileira em Angola retoma o esforço em escala bem maior. Desde a Segunda Guerra, não havia tantos militares brasileiros no Exterior.
São mais de 1.100 homens, entre pessoal das três Forças e policiais militares de vários Estados. A tropa inclui um batalhão de infantaria de 800 homens, dividido em seis companhias, comandado pelo tenente-coronel Joaquim Carlos Baptista Serrazes, e disposto pela região central do país.
A maior parte do pessoal foi retirado do 72º Batalhão de Infantaria Motorizado, de Petrolina, em Pernambuco.
Em Calomboloca, fica uma companhia de engenharia do Exército comandada pelo major Américo Paysan Valdetaro Filho, com 200 homens.
Em Huambo, fica um posto de saúde da Marinha, e em Kuito está temporariamente um posto de saúde do exército. Cada posto tem 40 homens. O papel dos brasileiros e portugueses em Angola é fundamental, pois o fato de falarem português faz deles os melhores oficiais de ligação com o governo ou a guerrilha.
O equipamento é quase todo novo, pois a missão envolve um grande desgaste do material. De modo geral, o equipamento tem correspondido às necessidades. A grande exceção são os rádios. "O material de comunicações necessita ser reestudado para as Operações de Paz", afirmou o major Valdetaro.

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