São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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Calha Norte segue em marcha lenta

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Projeto Calha Norte recebeu no ano passado 10% dos recursos que consumiu no seu auge, em 1989, quando foram investidos R$ 47 milhões. A previsão para 95 era de R$ 8 milhões, mas só R$ 5 milhões chegaram. O Orçamento de 96 prevê outros R$ 8 milhões.
O Calha Norte começou a ser implementado em 1986, com o objetivo de garantir a ocupação brasileira no território ao norte dos rios Amazonas e Solimões.
O governo Sarney decidiu criar um projeto interministerial de melhoria da infra-estrutura na região, que não seria realizado exclusivamente por militares. Mas as três forças, especialmente o Exército, acabaram fazendo a maior parte.
Um mini-hospital com 25 leitos, construído em Iauaretê, no Amazonas, ilustra o problema. Pronto para funcionar, está fechado. Ninguém se responsabiliza por sua operação. O Exército, que tem só 70 homens no local, afirma que não pode encampá-lo.
Em Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira, também no Amazonas, há hospitais sob administração de militares porque a tropa instalada é muito maior: 90% dos pacientes atendidos, porém, são civis.
Tabatinga é a cidade que teve os maiores benefícios com o Calha Norte. Além da ampliação do hospital, ganhou um entreposto de pesca, sistema de captação e distribuição de água, rede de esgoto atendendo 70% da população, sedes para a prefeitura e órgãos federais. Ganhou também um centro de treinamento profissional, linha telefônica e uma avenida de 7 km em concreto.

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