São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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NA PONTA DA LÍNGUA

MARCELO LEITE

Há meses repete-se na Folha um defeito irritante, inaceitável, evitável: a separação de sílabas com acentos agudos. Por um desses mistérios da informática gráfica, as máquinas largam o acento na linha de cima, sobre o hífen, despachando a pobre vogal desacompanhada para baixo. É difícil atravessar uma página sem um cisco desses no olho do leitor (com um pouco de sorte, ou azar, um dos 14 polissílabos acentuados deste parágrafo pode ser a próxima vítima).
É um detalhe, mas sua repetição representa -objetivamente- um desrespeito a quem compra o jornal. A secretária interina de Redação Renata Lo Prete explica que o problema surge em duas situações de uso dos computadores:
"1. Quando a matéria é enviada do terminal de texto para a paginadora sem ter sido justificada (a matéria justificada é aquela que já está na medida da coluna em que sairá no jornal);
"2. Quando é preciso fazer algum ajuste no texto diretamente na paginadora."
No primeiro caso, já se encontrou a solução: "redobrar o cuidado na Redação". No segundo, é um pouco mais complicado: "Trata-se de uma limitação das paginadoras que o departamento de informática da empresa estuda como solucionar. (...) Por mais que as alterações na paginadora sejam desestimuladas, esse é um recurso para resolver emergências do qual não podemos abrir mão", diz Lo Prete.
Ou seja, o problema é insolúvel. Para a Redação da Folha.

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