São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996 |
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Projeto recupera 30 mil cegos
AURELIANO BIANCARELLI
São pessoas que voltaram a enxergar graças ao Projeto Catarata, coordenado há dez anos por José junto à Unicamp e ao Conselho Brasileiro de Oftalmologia. O professor encabeça uma equipe de médicos de todo o país que se envolveu na tarefa de curar os que ficaram cegos pela catarata e pela falta de um simples óculos. "São os mais pobres e desassistidos", diz José. Em todo o Brasil, ele estima que mais de um milhão de cegos poderiam voltar a enxergar, 350 mil com uma simples cirurgia, 700 mil com a ajuda de óculos. A catarata é a perda da transparência do cristalino, uma das lentes do olho. Ao se tornar opaco, o que ocorre em 5% das pessoas depois dos 50 anos, a pessoa deixa de enxergar. Na cirurgia, o cristalino é aberto e no seu interior implantada uma lente intra-ocular. Leva 40 minutos. Em um mês, a pessoa volta a enxergar. A 2ª Campanha Nacional de Prevenção à Cegueira, um mutirão gigante que se inicia nas próximas semanas, quer devolver a visão a 30 mil cegos. Milhares de voluntários e 2.000 oftalmologistas estarão envolvidos na operação em cem grandes cidades. O Projeto Catarata foi iniciado no Brasil e no Peru em 1986 com incentivo do Instituto Nacional de Saúde dos EUA e da Organização Pan-Americana da Saúde. Hoje é feito em todos os países da América Latina. Só no Brasil, 150 cidades já foram "varridas" pelo projeto. Segundo José, um cego que volta a enxergar dá, em apenas um ano, um retorno à sociedade três vezes maior do que se gastou com sua operação. Texto Anterior: Saiba como cuidar do pé no calor Próximo Texto: Sistema de saúde dificulta acesso Índice |
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