São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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Assalto a banco cria 'síndrome do pavor'

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento no número de assaltos a bancos e os recentes roubos com mortes de clientes causaram o surgimento de uma "síndrome do pavor" naqueles que vão às agências em São Paulo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o número de roubos a bancos aumentou 125% de 94 para 95. O número pulou de 377 para 848.
Clientes estão adotando várias medidas para não serem assaltados na fila do banco ou ao sair de uma agência. Alguns chegam a evitar ir ao banco em dias de pagamento.
As irmãs Maria Maranguani Trotti, 75, e Floresdite Maranguani, 66, por exemplo, sempre vão juntas à agência do Bradesco onde têm conta, na região central.
"Ficamos muitos atentas a ladrões. O que uma não vê a outra percebe", diz Floresdite.
A operadora de telemarketing Leopoldina Maldonado, 47, diz que tem pavor de ficar em fila de banco. Apesar disso, na última sexta ela enfrentou uma fila de duas horas para retirar seus rendimentos do PIS. "Estou morrendo de medo." Ela afirma que nunca carrega dinheiro e faz todos os seus pagamentos com cheque.
A chance de assaltos é maior no período da manhã, na zona sul e às quartas-feiras, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (leia texto abaixo).
Na última segunda, três pessoas morreram -uma delas um adolescente de 15 anos que estava na fila do banco- e quatro ficaram feridas em um tiroteio durante um assalto a um carro-forte na frente da Caixa Econômica Federal, na Chácara Santo Antônio (zona sul).
No dia seguinte, Ivoneide de Farias, 33, levou um tiro na cabeça durante roubo a uma agência do Itaú, em Santo André.

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