São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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Idéia era abastecer o mundo

EDUARDO BELO
DO ENVIADO ESPECIAL

A história da Jari começou em 1967. A idéia do então dono do empreendimento, o norte-americano Daniel Keith Ludwig, era abastecer um mundo que em breve se tornaria carente de celulose.
Na época com 70 anos, Ludwig (morto em 92) tinha pressa e US$ 5 bilhões na conta bancária -que equivalem hoje a US$ 22 bilhões.
Convencido de que a Amazônia era o lugar ideal, Ludwig comprou 1,6 milhão de hectares nas margens do rio que deu nome ao então Projeto Jari.
Hoje, uma das coisas que mais ofende o pessoal da empresa é chamá-la de "projeto". Ele acabou com a instalação da indústria, em 1978. Construída sobre duas balsas, a fábrica veio do Japão.
A pressa levou Ludwig a plantar, de cara, 160 mil hectares com amelina, uma árvore de origem asiática. Depois de algum tempo, a planta não resistiu às condições da Amazônia e perdeu rendimento.
Foi obrigada a trocá-la por pinheiros e, mais tarde, eucalipto -que hoje preenche 70% da área cultivada de 78 mil ha. A floresta plantada ocupa 5% da área total.
O cultivo de arroz também não teve sucesso e foi abandonado.
Ludwig já havia gasto cerca de US$ 1,3 bilhão quando, em 1982, decidiu vender a companhia a um consórcio de 23 empresas nacionais, liderado pelo grupo Caemi.
Esse modelo tem proporcionado a redução dos custos de produção, porque diminui a necessidade de fertilizantes e evita erosões, explica Luiz Claudio Castro, consultor de meio ambiente da Jari.
Uma das preocupações da empresa em relação aos visitantes é mostrar que o eucalipto não prejudica a flora local. Os técnicos fazem questão de mostrar que abaixo das árvores cresce grande variedade de vegetação nativa.
(EB)

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