São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996 |
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Imigração começou em 1908
MARIA CECILIA SODRÉ
Esses imigrantes foram trabalhar nas lavouras de café no interior de São Paulo e do Paraná. Em 1914 haviam entrado no país 14.886 japoneses. Cinquenta anos depois, a comunidade possuía 430 mil pessoas. Hoje são cerca de 1,4 milhão. Os japoneses participaram da instalação da indústria nacional favorecida pelo modelo de substituição de importações e do "milagre econômico". A recessão que marcou o início dos anos 80 diminuiu o entusiasmo. Se a viagem do Kasatu Maru foi longa, o caminho de volta às raízes, que começou em 1986, foi mais rápido. No início da década de 90, os vôos para Tóquio partiam lotados com os descendentes fugindo da inflação e dos baixos salários. Conhecidos como dekasseguis (que significa aquele que vai trabalhar fora), esses descendentes foram atraídos pela perspectiva de receber salários entre US$ 2.000 e US$ 5.000 por mês. Entre 1990 e 1995 desembarcaram no Japão cerca de 180 mil brasileiros. A maioria trabalha em indústrias automobilísticas e de eletrônicos ou no setor de serviços. Os dekasseguis têm de enfrentar um ritmo de trabalho que pode passar de 12 horas. O esforço vale uma poupança mensal entre US$ 1.500 e US$ 2.000. Quando um terremoto arrasou a cidade de Kobe, em janeiro de 1995, jornais de Maringá (PR) anunciavam 300 vagas para os serviços de "limpeza dos destroços" a salários até US$ 5.000. Texto Anterior: Dekasseguis enviam US$ 2 bi para o Brasil Próximo Texto: Maior aposentadoria do INSS já encosta no limite Índice |
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