São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ensaísta preparava estudo sobre Graciliano Ramos

DA REDAÇÃO

O ensaísta e professor do departamento de teoria literária da Faculdade de Letras da USP, João Luiz Machado Lafetá, morreu no último dia 19, vítima de um câncer no pulmão, diagnosticado três meses antes.
Era considerado um dos principais intérpretes da obra dos escritores Mário de Andrade e Graciliano Ramos.
Lafetá nasceu em 1946, em Montes Claros (MG). Morou em Brasília, onde formou-se em letras. No fim da década de 60, veio para São Paulo, onde ingressou na pós-gradução em letras na USP.
Em maio de 1973, defendeu sua tese de mestrado, "1930 - A Crítica e o Modernismo", em que estuda a obra dos críticos Agripino Grieco, Tristão de Athaíde, Mário de Andrade e Octávio de Faria. A tese foi publicada pela Editora Duas Cidades em 1974.
Em 1986, a Editora Martins Fontes publicou sua tese de doutoramento -"Figuração da Intimidade - Imagens da Poesia de Mário de Andrade", defendida em maio de 1980. Na tese, ele analisa dois livros do poeta modernista, "A Costela do Grão Cão" e "Livro Azul".
Além disso, ele publicou, no volume "Artes Plásticas e Literatura", da série "Nacional e Popular na Cultura Brasileira" (Brasiliense), o texto "Traduzir-se - Ensaio sobre a Poesia de Ferreira Gullar" e organizou um volume da série "Literatura Comentada" (Editora Abril) sobre Mário de Andrade.
O mestre
João Lafetá pertenceu à última geração de pesquisadores que foi orientada -no mestrado e doutorado- pelo professor Antonio Candido.
Sobre o livro "Educação Pela Noite" (Ática), de Candido, ele escreveu o ensaio "A Dimensão da Noite", incluído no livro "Dentro do Texto, Dentro da Vida - Ensaios sobre Antonio Candido" (Instituto Moreira Salles e Companhia das Letras).
Lafetá vinha se dedicando à sua tese de livre-docência, em que trataria de Graciliano Ramos, sobre quem publicou o ensaio "O Mundo à Revelia" (incluído na edição de "São Bernardo" da Livraria Martins Editora e, posteriormente, da Editora Record).

Texto Anterior: Da exatidão misteriosíssima do ser
Próximo Texto: A precisão na fala e na prosa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.