São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996 |
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Emissoras faturam menos no lº bimestre
ELAINE GUERINI
Com o recuo dos anunciantes, os intervalos comerciais ficam cada vez mais recheados de chamadas dos programas das próprias emissoras -ou inserções de empresas do mesmo grupo, como a Som Livre, a gravadora das Organizações Globo. Outras emissoras, como a Rede Record, acabam reduzindo o tempo dos intervalos comerciais e ainda aproveitam o espaço para veicular propagandas de campanhas institucionais. "A atividade publicitária sofre redução nesse período em função de uma mudança de comportamento. Como as pessoas viajam, existem anunciantes que preferem investir em cidades turísticas", diz José Luiz Franchini Ribeiro, 47, diretor da Central Globo de Comercialização. Um exemplo é o Grupo Pão de Açúcar, que durante os meses de janeiro e fevereiro investe mais em publicidade no litoral paulista -onde a rede conta com 21 lojas. "Neste verão, estamos dando uma atencão ainda maior às praias, pelo fato de termos nosso sistema 'delivery' (de entregas) funcionando na faixa que vai do Guarujá até Maresias", afirma o gerente de marketing Eduardo Romero. Dados do Ibope confirmam que o número de televisores ligados na Grande São Paulo diminui nesta época do ano. Em janeiro de 95, o instituto registrou que 56% dos domicílios com TV estavam com o aparelho ligado das 18h às 24h. Na mesma faixa de horário, em novembro último, o Ibope registrou que 59% dos televisores estavam ligados na região. A diferença é de apenas três pontos, mas cada ponto corresponde a 39.250 domicílios com TV em São Paulo. Uma das justificativas é que boa parte dos telespectadores viaja em férias neste período. Mas a programação das emissoras, com as tradicionais reprises, também pode estar entre os fatores. Atualmente, a Globo, o SBT, a Bandeirantes e a CNT/Gazeta estão com reprises no ar. A Globo reapresenta programas como "Malhação" e "A Comédia da Vida Privada". No SBT, o destaque fica para o "Jô Soares Onze e Meia". "Mesmo com reprises, o preço do anúncio não muda. O valor é estipulado de acordo com a audiência normal no horário", diz Walter Zagari, 44, superintendente comercial do SBT. Na Rede Record, onde a atividade publicitária cai 25% neste período, a solução encontrada foi a redução do intervalo comercial. Nos horários de maior audiência da emissora, o espaço passou de três para dois minutos. "Mesmo assim, precisamos colocar propaganda do governo e de campanhas filantrópicas para preencher todo o tempo", diz Pedro Abelha, 44, diretor comercial da Record. Segundo ele, a emissora deixa de faturar cerca de R$ 1,5 milhão neste período do ano. Texto Anterior: Bruna Lombardi entrevista Michael Douglas na Band Próximo Texto: Manchete aposta no patrocínio de Carnaval Índice |
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