São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 1996
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Bancos e financeiras têm hoje menos poder

DA REPORTAGEM LOCAL

Bancos e financeiras são as instituições que, para os entrevistados, mais perderam poder entre 1987 a 95. Isso é o que mostra a comparação entre as três pesquisas Datafolha feitas no período sobre o grau de poder das instituições nacionais. A segunda maior queda foi a das Forças Armadas.
Em março de 87, bancos e financeiras ocupavam o primeiro lugar no ranking, com 75%. Na pesquisa seguinte, em outubro de 92, receberam menção de 57% dos entrevistados e caíram para a quarta colocação. O último levantamento situa as instituições financeiras em nono lugar, com 54%.
Em todo o período, o grau de poder das Forças Armadas teve queda de 15 pontos percentuais, passando de 72% em 87 para 57% na última pesquisa.
O ano de 95 foi marcado pela reorganização do sistema financeiro, que teve de se adaptar aos novos tempos de inflação baixa.
O Banco Econômico sofreu intervenção do Banco Central e o Nacional foi submetido a uma cisão: a parte ruim ficou sob administração do governo e a boa foi comprada pelo Unibanco.
A evolução leva em conta apenas o resultado de 5 das 11 capitais onde foi feita a pesquisa. Elas são as mesmas em que o Datafolha fez os dois levantamentos anteriores. Por serem as mais populosas, têm maior peso no resultado.
Falta de prestígio nem sempre significa falta de poder. O renegado Congresso Nacional sobe para o sexto lugar do ranking quando a classificação leva em conta o critério de muito poder. E os sindicatos, que ocupam o oitavo lugar em prestígio, passam para o último.
Mesmo com a melhor performance neste levantamento, o Congresso está numa situação pior do que a de 92, quando 60% o consideravam uma instituição com muito poder. O percentual caiu para 50% na última pesquisa.
A imprensa é considerada a instituição mais poderosa, com 73%. Ela ocupava o segundo lugar na pesquisa de 87 (72%) e passou para o primeiro em 92 (75%).
Depois da imprensa está a Igreja Católica, com 53%, um ponto percentual acima dos clubes de futebol, que ficaram em terceiro.
O poder dos clubes cresceu 11 pontos percentuais desde de 92. Naquela época, a instituição estava em décimo lugar no ranking.
Na pesquisa ampliada, em 11 capitais, verifica-se que dos entrevistados que possuem curso superior, 84% consideram a imprensa uma instituição de muito poder. O índice cai para 67% entre as pessoas que têm escolaridade até o primeiro grau.
Em relação à renda familiar, o percentual é de 85% quando os entrevistados estão na faixa de mais de 20 salários. Até dez salários, o percentual é de 67%.
As Forças Armadas têm uma evolução oposta: são vistas como mais poderosas pelos de menor escolaridade e renda.

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