São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 1996
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Para editores, baixa tiragem é vilã dos preços

ELVIS CESAR BONASSA
DA REPORTAGEM LOCAL

A diferença entre as tiragens no Brasil e no exterior é apontada pelos editores como principal causa da diferença de preços. Com menos exemplares por edição, sobe o preço unitário do livro no país.
Pelas contas de Elson Rocha, diretor comercial da Nova Fronteira, o mesmo livro custaria R$ 25 em uma tiragem de 2.000 exemplares e apenas R$ 11,50 se saísse com 100 mil exemplares.
"Nos EUA, uma tiragem de 200 mil exemplares é pequena. No Brasil, a média hoje é de 3.000", diz Rocha.
O aumento do número de unidades barateia os custos de impressão, segundo Rocha, e amortiza os custos fixos -como tradução, revisão, fotolitos. Além disso, ele afirma que o preço do papel subiu 100% no último ano e os serviços gráficos, 70%.
Isso significa que os livros são caros porque vendem pouco. E, claro, vendem pouco também porque são caros, formando um círculo vicioso que os editores ainda não souberam romper.
Elson Rocha diz que foram feitas tentativas de publicar livros mais baratos, em edições populares. Mas, segundo ele, não funcionou. "O leitor brasileiro está acostumado ao formato tradicional."
O argumento da tiragem é apresentado por outros editores, em termos semelhantes: Aílton Brandão (editora Atlas), Edson Dakao (Makron), Adriane Siciliano (Siciliano) e assessorias de imprensa da José Olympio e L&PM.
(ECB)

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