São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 1996
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Filme brasileiro faz boa figura

ESPECIAL PARA A FOLHA, DE PARK CITY

Talentos e revelações brasileiras fizeram boa figura em toda a programação do Sundance Film Festival que se encerrou no último domingo.
"Jenipapo", o filme de estréia de Monique Gardenberg, filmado no interior da Bahia, teve sessões sempre lotadas e debates apaixonados.
Tanto o filme de Monique quanto "Terra Estrangeira", de Walter Salles, eram recebidos com reações de surpresa pela platéia americana. Surpresa provocada pelo renascimento do cinema brasileiro, um fenômeno inesperado.
O único curta brasileiro da programação, "Amor", de José Roberto Torero, foi sempre um dos mais aplaudidos nas sessões de curtas.
O diretor de fotografia Lauro Escorel foi destacado pela sua contribuição excepcional no filme "Voices", do americano Malcolm Clarke.
Como queria Robert Redford, mudando os rumos do seu festival, os bons sentimentos dominaram a competição dos filmes americanos de ficção.
Os melhores foram "Big Night", de Stanley Tucci e Campbell Scott, onde Tony Sgalhoub e o próprio Stanley Tucci tentam dirigir um restaurante italiano com criatividade no Brooklyn dos anos 50.
Outro filme carregado de sentimentos e tristezas, e que conquistou o público desde a sua primeira exibição, foi "Care of the Spitfire Grill", de Lee David Slotoff, em que Alison Elliot faz uma ex-prisioneira que tenta refazer a vida como garçonete num café dirigido com rudeza pela personagem de Ellen Burstyn.
Outra nova tendência revelada no festival de Sundance dá à temática homossexual a leveza das fantasias com final mais que politicamente correto e absurdamente feliz.
O filme em questão é "Late Bloomers". Como o título sugere, duas senhoras, como numa floração tardia, apaixonam-se para o escândalo de toda a comunidade suburbana em volta de um colégio.
Uma delas é professora de matemática e treinadora de basquete, a outra é a secretária da escola que deixa marido e filhos para viver a nova paixão.
Mas o título de mais disputado filme das seleções do Festival de Sundance 96 ficou com o filme australiano "Shine", no qual já se apostam todas as possibilidades de premiações do circuito de Cannes ao Oscar.
"Shine" é uma comovente reconstituição da vida do pianista australiano David Helfgott, da infância musical prodigiosa até as peregrinações por instituições psiquiátricas.

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