São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 1996
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Plantio cai 10%, mas produtor está otimista

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O produtor José Ribeiro de Carvalho, 62, de Patos de Minas (a 465 km de Belo Horizonte), na região do Alto Paranaíba, afirma que a produção de grãos na sua região tem corrido muito bem, como só viu acontecer em poucos anos.
Segundo ele, o Estado deve apresentar, nesta safra, uma diminuição de 10% na área plantada porque o produtor está descapitalizado.
"Mas não estou preocupado com isso", afirmou.
Ele diz que quem plantou deve colher e vender bem a produção, porque os preços do milho e da soja estão altos no mercado internacional. No mercado interno, o preço do feijão tem subido nos últimos dias.
Ele cita o exemplo da saca de 60 kg de soja, vendida para entrega futura a R$ 12,50, contra R$ 8,50 na colheita do ano passado.
Presidente do Conselho de Grãos da Faemg (Federação da Agricultura de Minas), Carvalho diz que a situação é mais complicada no pontal do Triângulo Mineiro e no Noroeste de Minas.
Nessas regiões, o atraso no início das chuvas provocou uma demora no plantio de milho, o que pode prejudicar a produtividade.
Já os produtores de soja, que dependiam da venda antecipada da safra para adquirir os insumos, só puderam plantar em novembro, quando as indústrias começaram a pagar.
Carvalho diz que a venda antecipada tem sido a principal solução para os produtores que não têm recursos.
"É um empréstimo que é pago com produto. Em troca, as indústrias pedem casas, terras e automóveis como garantia".
No caso do feijão, o maior desestímulo para a plantação veio do baixo preço no início da safra. "O preço da saca não cobria os custos de produção", afirma.
O fazendeiro diz que os custos do plantio, este ano, subiram muito por causa do aumento do preço de fertilizantes e pesticidas. Em consequência, muitos produtores plantaram sem adubar, o que pode comprometer a produtividade.

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