São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 1996 |
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Autor pesquisou máfia dos EUA
DANIELA FALCÃO
"Fazer um livro de não-ficção dá muito mais trabalho que escrever uma história criada pela gente. É preciso fazer pesquisa, checar fatos. Se soubesse que demoraria tanto, teria exigido mais regalias", disse Pileggi à Folha. Entre 1990 e 1994, o escritor afirma ter passado pelo menos 30 meses lendo relatórios da Corte Federal dos EUA com depoimentos de Frank Rosenthal e outros "sobreviventes" da era mafiosa nos cassinos de Las Vegas. Como Robert De Niro e Joe Pesci, Pileggi já havia trabalhado com Martin Scorsese anteriormente, no filme "Os Bons Companheiros". Para o escritor, é natural que quando os quatro se juntem o tema do filme seja a máfia italiana. "Temos mais ou menos a mesma idade, crescemos perto de Nova York e somos ítalo-americanos. O que mais poderíamos falar?" Leia a seguir trechos da entrevista. * Folha - É difícil acreditar que os fatos de "Cassino" tenham acontecido de verdade... Nicholas Pileggi - Pois é. Mas foi tudo real. Todos os fatos estão registrados nos depoimentos prestados pelos sobreviventes à Corte Federal. Alguns dos diálogos do filme são iguais ao que estava escrito nos anais. Folha - O que acha das críticas que dizem que "Cassino" é igual a "Bons Companheiros"? Pileggi - Há semelhanças, mas é um absurdo dizer que os filmes são iguais. São outras pessoas, em outra época e cidade. Como ambos os filmes foram escritos por mim, dirigidos por Scorsese e protagonizados pelos mesmos atores, é natural a sensação de déjà vu. Folha - Você acha que Scorsese abusou da violência? Pileggi - Não. No livro eu descrevo todas aquelas cenas brutais. Porque elas aconteceram de verdade. Não dá para maquiar a realidade só porque tem gente que é sensível demais. (DF) Texto Anterior: Stone é cotada para Oscar com 'Cassino' Próximo Texto: Pesci critica Hollywood Índice |
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