São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 1996
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Polícia prende DJ por 'apologia' ao uso de droga

ALEXANDRE SECCO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pela primeira vez a polícia de Brasília fez uma prisão em flagrante por apologia ao uso de drogas. O acusado foi o disc-jóquei Sérgio Luiz Barbosa, 26.
Às 23h30 do último sábado, ele comandava uma festa reggae para 2.000 pessoas no bar da Associação dos Funcionários do Banco Central, na capital federal.
A polícia chegou e sentiu "cheiro de maconha no ar", como conta o delegado Manoel Mascarenhas.
Foram presos quatro jovens fumando maconha, outros seis "sob suspeitas" e o disc-jóquei, acusado de fazer propaganda favorável ao consumo da droga.
Pais
Mascarenhas, da DTE (Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes), disse que antes da festa acontecer, a cidade ficou repleta de cartazes cujos principais ornamentos publicados eram folhas de maconha, cogumelos e fotos do cantor jamaicano Bob Marley -famoso por defender a legalização da droga.
"Os pais ficaram preocupados e começaram a ligar para a delegacia", diz Mascarenhas.
Segundo ele, os organizadores da festa foram chamados para explicar como seria o evento. "Eles garantiram que tudo ficaria tranquilo."
O delegado diz que avisou que a polícia "participaria" da festa. "Quando chegamos tinha cheiro de maconha no ar."
O disc-jóquei é o único que continua preso, esperando uma decisão da Justiça. Os outros detidos foram liberados mediante pagamento de fiança.
Em seu depoimento, Barbosa disse que ornamentou os cartazes com desenhos de folhas de maconha "para atrair os jovens", coisa que, em sua opinião, "não é crime".
"Estava clara a idéia de incentivar o consumo de maconha", diz o delegado Mascarenhas. Barbosa nega: "Não quis incentivar ninguém."

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