São Paulo, terça-feira, 1 de outubro de 1996 |
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"La Serva" moldou o gênero no século 18
JOSÉ GERALDO COUTO
Acabou fazendo mais sucesso que as obras que acompanhava e se tornou um modelo para toda a ópera bufa do século 18. O enredo da ópera bufa "La Serva Padrona" é semelhante ao de uma farsa. Uberto, o patrão, criou desde pequena a menina Serpina, que virou sua serva. Dada sua proximidade com o patrão, ela se recusa a fazer certos serviços e submete a suas ordens outro servo, o mudo Vespone. Cansado de não ser devidamente obedecido, Uberto diz a Serpina que vai arranjar uma esposa, para não mais precisar dela. A serva Serpina resolve então se tornar ela própria essa esposa e tenta convencer Uberto a se casar com ela. Com o objetivo de despertar ciúmes no patrão, Serpina força Vespone a se disfarçar e se passar por seu noivo, um misterioso capitão Tempestade. Os dois exigem de Uberto um dote para se casar. O patrão se recusa, e diante disso Serpina exige que então ele, Uberto, se case com ela. Incitado pelo ciúme, Uberto aceita. No dueto final do espetáculo, Serpina e Uberto confessam reciprocamente seu amor e discutem quem vai mandar na casa dali em diante. Sagacidade Carla Camurati chama atenção para a sagacidade de Giovanni Pergolesi na escolha dos nomes dos personagens. Etimologicamente, Uberto remete a "fogoso"; Serpina, a "serpente"; e Vespone, a "vespa". O primeiro é lúbrico; a segunda, ardilosa; o terceiro, agitado. A diretora, cujo próximo projeto (o filme "O DescoBrimento") deverá ser um grande painel da história do Brasil, afirma que está ansiosa com a perspectiva de experimentar um novo meio de expressão. "Apesar das diferenças, o cinema e a ópera têm uma grandeza de expressão similar. Ambos trabalham com a ampliação das coisas, ao contrário da TV." (JGC) Texto Anterior: Carla Camurati encena "ópera safada" Próximo Texto: Duquenne estréia no teatro após Palma de Ouro em Cannes Índice |
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