São Paulo, terça-feira, 1 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Whoopi Goldberg vira homem em filme

CLÁUDIA TREVISAN
DE NOVA YORK

É difícil para uma mulher vencer no mundo masculino de Wall Street? Simples: arrume um sócio homem e, se ele não existir, invente um. Esse é o mote do mais recente filme de Whoopi Goldberg, "The Associate", que estréia no final do mês em Nova York e em em dezembro no Brasil.
O sócio -homem e branco- é interpretado pela própria Whoopi, que segue um caminho semelhante ao de Robin Willians e Dustin Hoffmann, protagonistas de comédias nas quais tiveram de se transfigurar em personagens do sexo oposto ("Uma Babá Quase Perfeita" e "Tootsie").
Whoopi é Laurel Ayres, brilhante analista financeira que não recebe uma merecida promoção. Em seu lugar, é escolhido seu colega Frank (Tim Daly), carreirista, inescrupuloso -e homem.
Quando descobre que terá como chefe seu antigo pupilo, Laurel pede demissão e decide tentar a sorte sozinha em Wall Street. Mas não encontra empresários dispostos a entregar a guarda de seu dinheiro a uma mulher.
Depois de dezenas de tentativas infrutíferas, Laurel tenta uma saída desesperada: inventa um sócio fictício, Robert Cutty, que dá ao seu trabalho a autoridade masculina supostamente necessária ao mundo dos negócios.
Rapidamente, Cutty se torna uma celebridade, graças ao trabalho de Laurel. A celebridade é alimentada pelo misterioso fato de que ele nunca aparece em público ou para seus clientes.
Até que chega o dia em que a situação fica insustentável e Cutty tem de se materializar. É quando Laurel Ayres se transforma em seu sócio: um robusto homem branco, com a fisionomia semelhante à de um Marlon Brando "emborrachado" pela maquiagem.
Para se transformar em seu "sócio", a atriz se submetia a três horas e meia de maquiagem e chegou à conclusão de que o trabalho era perfeito quando decidiu visitar a própria mãe como Robert Cutty e não foi reconhecida.
Dianne Wiest
Em seu caminho para conquistar Wall Street, Laurel conta com a ajuda de Sally (Dianne Wiest).
Dianne faz o clássico papel feminino no mundo dos negócios: a secretária eficiente.
"The Associate" é inspirado no filme francês "L'Associé". Na versão original, o personagem principal era um homem que troca a carreira publicitária pelo mundo dos negócios.
"A única coisa similar ao filme francês é a criação de um sócio fictício", diz o autor do script, Nick Thiel. Segundo ele, Whoopi teve participação decisiva na elaboração do roteiro.
Por sugestão dela, Frank, seu rival, se transformou em colega de trabalho, deixando o posto de chefe que tinha na versão original.
Whoopi também pediu que uma história de amor fosse substituída pela relação de amizade entre ela e a personagem de Dianne Wiest.

Texto Anterior: Londres vive febre de filmes 'de estante'
Próximo Texto: Atriz dispensa laboratório
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.