São Paulo, terça-feira, 1 de outubro de 1996
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LENTIDÃO NA INTERNET

É sabido que o país paga um custo excessivo pelas carências de sua infra-estrutura, parte importante do chamado "custo Brasil".
Mas, até aqui, as queixas sobre tal custo referiam-se mais à parte já instalada, ou seja, às carências dos portos, das telecomunicações, das rodovias existentes, entre outros pontos.
Agora, verifica-se que, mesmo em relação ao futuro, já começa a pesar o "custo Brasil". A Internet, a rede mundial de computadores, está, devido à precariedade das linhas telefônicas brasileiras, atuando, na maioria dos casos, numa velocidade significativamente mais lenta do que no mundo desenvolvido ou mesmo em países de desenvolvimento semelhante.
É verdade que já foram dados alguns passos no sentido de reduzir o "custo Brasil", por meio, por exemplo, da privatização de algumas estradas e de uma maior abertura ao capital privado mesmo no setor de telecomunicações.
Mas as dificuldades que os usuários brasileiros encontram para acessar a Internet mostram, nitidamente, que são passos tímidos e tardios. É razoável supor que, se o país abrisse campo para a atuação de companhias privadas, teria um sistema de comunicação muito mais avançado e eficiente do que o atual.
Como novas tecnologias de transmissão de dados estão sendo continuamente desenvolvidas e implementadas, torna-se mais e mais urgente atualizar as telecomunicações brasileiras. Também nesse ramo, por melhores que sejam os esforços de algumas estatais, o país está engatinhando.
A transmissão da informação e a educação estão hoje entre os mais importantes ativos para o desenvolvimento de um país. O Brasil não se pode dar ao luxo de ficar ainda mais atrasado nessas áreas, sob pena de ver o "custo Brasil", que já pesa sobre a infra-estrutura instalada, estender-se também ao futuro.

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