São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996 |
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Britânicos propõem parceria agrícola
ANTONIO CARLOS SEIDL
A mensagem foi dada ao governo e a agricultores brasileiros na semana passada, durante visita de uma missão da agroindústria britânica ao país, que foi chefiada pelo ministro da Agricultura, Pesca e Alimentação do Reino Unido, Tony Baldry, 45. "Vemos o Brasil como um importante parceiro comercial e porta de entrada para o Mercosul, assim como queremos ser a porta de entrada do Brasil na União Européia, possibilitando o acesso mais livre dos seus produtos agropecuários a esse rico mercado", disse Baldry em entrevista à Folha. Acompanhado de nove empresários e promotores de exportações do governo britânico, o ministro da Agricultura visitou as cidades de Brasília, Uberlândia, Uberaba, Ribeirão Preto, Pirassununga, Araras, Campinas, Porto Alegre e São Paulo. Entre os potenciais projetos comuns, Baldry destaca a produção de suínos com tecnologia genética britânica no Brasil, visando exportações para o mercado sul-asiático, onde há crescente demanda de carne suína. A seguir, os principais trechos da entrevista. * Folha - Quais os resultados dessa sua visita ao Brasil? Tony Baldry - Fiquei impressionado com tudo que vi no Brasil. A visita foi muito útil e permitiu identificar áreas potenciais de parceria entre a agricultura britânica e a agricultura brasileira, tais como nichos de mercado muito específicos. Estou feliz em ver que há um interesse mútuo muito forte entre os dois países. Folha - Em termos práticos, quais seriam esses nichos de mercado? Baldry - Acho que há mercado no Brasil para as sofisticadas máquinas agrícolas que produzimos, principalmente os novos modelos de tratores velozes da lavoura de cana-de-açúcar. Podemos fazer parcerias também na área de processamento de alimentos para o mercado de refeições rápidas e semipreparadas. Julgamos viável ainda a exploração conjunta de terceiros mercados, tais como o sul da Ásia para a exportação de carne suína. Folha - O comércio agrícola entre o Reino Unido e o Brasil é modesto, cerca de US$ 500 milhões, com as exportações britânicas representando apenas um quarto das importações. Qual é o potencial de crescimento do comércio bilateral? Baldry - Não vejo limite para o crescimento do comércio bilateral. Poderíamos, por exemplo, fornecer técnicas avançadas nas mais diversas áreas, tais como tecnologia contra o desperdício na colheita e de processamento, embalagem e transporte de frutas, verduras e legumes. Em contrapartida podemos nos tornar grandes importadores de frutas tropicais brasileiras. Há um enorme mercado para frutas no Reino Unido. Texto Anterior: Ceplac lança 3 plantas contra a vassoura Próximo Texto: Gaúchos exportam conserva para Itália Índice |
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