São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Petistas e tucanos tentam apoio de Rossi no 2º turno

Pedetista se recusa a conversar com PT e PSDB

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Sondado nos últimos dias por pessoas ligadas ao PT e ao PSDB sobre a possibilidade de acordo para o segundo turno, o candidato do PDT à Prefeitura de São Paulo, Francisco Rossi, recusou-se a conversar.
Logo no início da campanha, o pedetista foi procurado pelo prefeito Paulo Maluf (PPB), que lhe propôs formar uma frente contra o candidato do PSDB, José Serra. A idéia de Maluf era que Rossi e o candidato pepebista, Celso Pitta, centrassem críticas em Serra.
A notícia do encontro "vazou", irritando Rossi, que chamou Maluf de "mau-caráter". Os dois se afastaram.
Arredio
Agora, Rossi receia que o contato com outras campanhas possa ser interpretado como reconhecimento de sua parte de que ele não irá para o segundo turno.
E isso ele não admite, nem por hipótese. "Estou tranquilo", afirmou à Folha.
"Estou dois ou três pontos atrás da Erundina nas pesquisas feitas em vários locais por candidatos a vereador. Os resultados de 3 de outubro vão mostrar que eu estarei no segundo turno."
Na última pesquisa Datafolha, realizada em 26 e 27/9, Rossi estava em quarto lugar, com 8% das intenções de voto. A candidata do PT, Luiza Erundina, vinha em segundo, com 24%.
Irritação
Rossi está percorrendo a cidade de carro, sem agenda definida. Ele pára em lugares movimentados, como bares, padarias, escolas, supermercados, ou entra em vilas, para o corpo-a-corpo com o eleitor.
O pedetista se despreocupou da possibilidade de não conseguir pessoas para fiscalizar a apuração. "Não haverá problema. Sabendo de nossas dificuldades, muita gente está se oferecendo para ajudar."
Rossi está irritado com a imprensa, a ponto de se recusar a posar para foto. Considera-se "esquecido" pelos jornais, inclusive pela Folha.
"Os jornais vêm agindo como se eu não existisse, só porque estou em quarto lugar", afirmou.
O candidato acha que depois do dia 3 de outubro, os jornais é que terão de procurá-lo.
"Parte do jogo"
Rossi considerou o debate da segunda-feira na TV "uma tentativa de polarizar a disputa entre os candidatos Celso Pitta (PPB) e José Serra (PSDB)".
"Fiquei isolado, mas isso faz parte do jogo. Neste país, quem pode mais chora menos", disse.
Para o vice do candidato do PDT, vereador Marcos Cintra (PL), a campanha de Rossi foi pressionada pelo poder econômico e pelas máquinas que apóiam outros candidatos.

Texto Anterior: PT espera crescer, mas não o esperado
Próximo Texto: 'Marias Bonistas' disputam quatro capitais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.