São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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Crise coroa desentendimentos

RUI NOGUEIRA; PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A rejeição da ajuda financeira norte-americana foi o ápice dos desentendimentos que Brasil e EUA vêm tendo nas discussões sobre o combate ao narcotráfico.
Os dois países se enfrentam abertamente desde o início do ano passado, quando os norte-americanos tentaram impor uma estratégica para o continente.
O Brasil rejeitou a estratégia de linha claramente repressiva e que previa também uma ingerência nos países produtores de drogas.
Em um documento sobre a estratégia de combate ao narcotráfico, os norte-americanos tratavam os países produtores de drogas como os vilões e os países de trânsito como nações perigosas. Os EUA, maior mercado consumidor, se consideravam vítimas.
O Brasil liderou um grupo de países que redigiu e aprovou uma nova estratégia em reunião da Cicad (Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas), no mês passado.
Nas negociações, o Brasil rejeitou a pressão diplomática do governo americano e denunciou incoerências da estratégia antidrogas proposta por Washington.
Por exemplo: a linguagem belicosa dos documentos fazia pouco caso dos problemas provocados por drogas como álcool e cigarro.
Outra incoerência apontada: incentivar os países a controlar o contrabando de armas e a lavagem de dinheiro voltados para o narcotráfico. As demais operações de contrabando e lavagem eram praticamente esquecidas.
(RN e PSP)

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