São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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Cidade faz ato e fecha lojas contra crimes

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO GUARUJÁ

Uma passeata contra a violência, com 2.000 participantes, segundo os organizadores (cerca de 500 para a Polícia Militar), percorreu na tarde de ontem as principais ruas do centro do Guarujá (87 km ao sul de São Paulo), no litoral paulista.
O movimento foi motivado pelo assassinato do estudante Márcio Feliciano Nicolau, na quarta-feira passada, no calçadão na área central da cidade.
Cerca de 80 faixas com a inscrição "Guarujá está de luto. Segurança já" foram colocadas em diversas partes da cidade como forma de convocação para o ato. Durante o protesto, os organizadores -pais do rapaz, comerciantes e empresários- distribuíram um manifesto intitulado "Segurança Já". "Estamos bem pior do que o Rio ou São Paulo em matéria de violência, dada a proporção de tamanho e habitantes", diz o documento.
Passeata em silêncio
No meio da tarde, a manifestação começou com carreatas partindo de diferentes pontos da cidade e convergindo para a praça da igreja matriz.
Com um jipe à frente, a passeata começou silenciosa. Na traseira do carro, quatro pessoas batiam bumbo compassadamente.
Os gritos de protesto começaram quando os manifestantes passaram diante dos prédios da Câmara, da Prefeitura do Guarujá, da Polícia Militar e do Fórum.
O movimento interrompeu o trânsito nas imediações da avenida Puglisi, uma das principais da cidade, a partir das 16h. Às 19h, os manifestantes participariam da missa de sétimo dia do estudante, na igreja matriz.
Crime no calçadão
Márcio foi assassinado durante uma tentativa de assalto em um calçadão, na esquina da rua Santos e avenida da orla, na praia de Pitangueiras.
Ele passeava com seu cachorro e um amigo quando foi abordado por C.C.F., 15, e A.C.A.C., 17, ambos de bicicleta.
Nicolau teria desafiado os assaltantes antes de ser morto com um tiro de revólver no peito.
Até ontem, a polícia não havia localizado C.C.F., acusado de ter disparado contra o estudante. A.C.A.C. foi detido na tarde do crime depois de ter sido reconhecido por testemunhas. Ele está numa sala especial na cadeia de Guarujá.

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